Setor imobiliário vive fase de otimismo na América Latina

Clima positivo foi observado no Latin America GRI 2018 e no Termômetro do GRI.

17 de maio de 2018Mercado Imobiliário

O mercado imobiliário na América Latina vivencia um clima de predominante otimismo. Essa atmosfera ficou patente durante todo o Latin America GRI 2018 e é ratificada pelos resultados do Termômetro do GRI, que ouviu 340 players do setor que atuam na região em março e abril.

Em cinco dos seis países enfocados – Argentina, Brasil, Colômbia, Chile e México –, a grande maioria dos entrevistados revela que suas companhias estão, no presente contexto, investindo ou ampliando negócios localmente. As percentagens variam entre 63,16% (Brasil) e 76,47% (México) dos respondentes. Somente no Peru essa participação fica abaixo dos 50% e, mesmo assim, é bastante representativa (44,44%).

A postura confiante está diretamente vinculada à expectativa de desempenho dessas economias (evolução ou pelo menos manutenção do desempenho corrente) e de resultados corporativos favoráveis nesses lugares no futuro próximo. Isso não significa que se acredite em céu de brigadeiro. Os empresários e investidores estão atentos ao cenário de efervescência regional, com eleições altamente polarizadas – Colômbia em maio, México em julho e Brasil em outubro – e reformas em curso.

A visão geral é de que é preciso olhar através dos ciclos do mercado imobiliário e manter o foco necessariamente no longo prazo como forma de atravessar os percalços do caminho e passar pelas mudanças que venham a surgir.

Investidores locais e internacionais

O mercado imobiliário latino-americano ainda é largamente dominado por players locais. As especificidades de cada país e o porte das oportunidades – limitado, no comparativo global – justificam essa configuração.

Do ponto de vista do investidor internacional, a América Latina tem claramente seus encantos. É grande demais para ser ignorada, dizem alguns. Enquanto a demanda global vem caindo, na região ainda se vê crescimento, destacam outros.

Para esse público estrangeiro, os alvos prioritários são México e Brasil, ou seja, as maiores economias (ou melhor, suas principais cidades), que oferecem escala mais compatível com esse perfil de capital. Colômbia e Chile despertam interesse, mas ainda carecem de volume.

"A razão por que investimos no México e no Brasil é que representam 65% da região", resume um dos investidores ouvidos pela nossa reportagem. Ele e os demais valorizam e muito as parcerias com empresas locais, conhecedoras a fundo das características e dos trâmites regionais.

Segmentos preferidos

O ramo residencial figura como a grande estrela do mercado imobiliário latino-americano, liderando o ranking de percepção do empresariado sobre onde estão as melhores oportunidades para aporte de recursos nos seis países pesquisados pelo GRI Club. Até aqui, prevaleceu na região o modelo de desenvolvimento para venda de unidades; porém, cresce fortemente o entusiasmo por outros formatos que privilegiam a locação e a geração de renda.

As discussões do Latin America GRI 2018 que giraram em torno de empreendimentos multifamily e de tendências como coliving, student housing e senior living foram altamente disputadas, assim como a participação nas visitas de benchmarking a esse tipo de projeto durante a GRI Real Estate Week New York.

Se o setor residencial reina absoluto no topo das preferências, as demais posições do ranking variam por localidade. Revezam-se escritórios, hotéis, shopping centers, galpões e loteamentos, dependendo do contexto de cada país. No caso particular de varejo & shoppings, a visão predominante é de que a região sofre muito menos com os impactos da evolução do e-commerce do que mercados mais avançados, como o dos Estados Unidos.

 

Esse e outros conteúdos você encontra na GRI Magazine Real Estate 14ª edição.