Termômetro GRI aponta boas expectativas para o mercado imobiliário em 2022

Executivos apostam no crescimento da atividade mesmo em um cenário de dificuldades macroeconômicas

19 de outubro de 2021Mercado Imobiliário

Apresentado em primeira mão para os participantes do Brazil GRI 2021 na última sexta-feira (15) pelo sócio-diretor da Brain Inteligência Estratégica, Fábio Tadeu Araújo, o Termômetro GRI do terceiro trimestre de 2021 indica que os executivos seguem otimistas em relação ao desempenho de suas empresas - e do setor imobiliário de modo geral - no ano que vem. 

Dentre os 133 presidentes, sócios, CEOs e diretores ouvidos na pesquisa, 74% têm expectativas ótimas (12%) ou boas (62%) para os resultados de suas respectivas companhias nos próximos 12 meses, enquanto apenas 2% acreditam em piora do desempenho. No momento, 69% dizem estar investindo em novos projetos, enquanto outros 29% estão aguardando melhores oportunidades. 

O otimismo permanece apesar das expectativas menos positivas para o crescimento da economia como um todo: cerca de um terço dos respondentes enxerga que haverá melhoria em relação aos 12 meses precedentes; outros 31% acreditam que o desempenho será similar, enquanto 32% avaliam que haverá piora das condições econômicas. 

No recorte do mercado imobiliário, 55% têm boas expectativas, 35% creem que o cenário será regular e apenas 6% enxergam horizonte ruim para o setor. Se considerado o histórico do Termômetro GRI, a percepção de otimismo é inferior aos níveis observados a partir do último quadrimestre de 2018 (69%) - após as eleições presidenciais - até a chegada da pandemia, no primeiro trimestre de 2020 (88% de expectativas boas ou excelentes). 

Residencial lidera com folga ranking de preferências

Se ao final do segundo trimestre havia um empate técnico entre os segmentos residencial e logístico quando a pergunta era sobre novos investimentos, o período de julho a setembro marcou a arrancada da preferência por projetos habitacionais (77%), ainda que o mercado logístico continue atraindo mais olhares que de costume (55%), se consideradas as duas primeiras escolhas dos executivos.

Os loteamentos mantiveram a terceira posição, com 43%, e houve um ligeiro aumento do interesse por edifícios corporativos, que saíram de 8% para 10%. As últimas posições são ocupadas por shoppings (9%) e hotéis (8%), mesmo que haja uma recuperação em ambos os segmentos, conforme mostrado recentemente em reportagens do GRI (clique nos links acima para conferir).

A inadimplência está acima da média histórica segundo 31% dos executivos. Neste grupo, entretanto, a maior parte está apenas um pouco superior (25%). Em 63% das empresas, o nível atual é parecido com o histórico, o que não minimiza os impactos da pandemia, mas mostra a importância de ações tomadas para evitar a disparada do inadimplemento. 

No ranking dos fatores que podem causar impactos positivos para o mercado imobiliário, a aprovação de reformas legislativas (47%) tomou a frente da imunização mais rápida da população (37%), quando consideradas as duas primeiras escolhas dos respondentes. A manutenção da taxa de juros também foi bastante apontada (34%).

Do outro lado, os custos de produção mantêm protagonismo absoluto na lista das maiores dificuldades enfrentadas pelo setor, com 83% das primeiras escolhas dos executivos. A burocracia e lentidão nos processos de aprovação de projetos e a escassez de insumos completam o pódio. 

Pensando em 2022, o principal risco identificado pela pesquisa é o cenário político conturbado em decorrência da eleição presidencial (55%), seguido de perto pelo aumento da inflação (51%) e pela manutenção de altos custos de produção (40%). Também se destacaram a continuidade do aumento da taxa de juros - com impacto direto nos financiamentos imobiliários - e o baixo crescimento econômico do país. 

O Termômetro GRI também incluiu perguntas sobre a aplicação das práticas ESG nas companhias do setor. Veja a apresentação da pesquisa na íntegra!

Por Henrique Cisman e Júlia Martini