Superar, inovar e transformar - Como será o futuro dos escritórios pós Covid-19?

23 de junho de 2020Mercado Imobiliário
 Em mais um eMeeting promovido pelo GRI Club, executivos do mercado imobiliário brasileiro se reuniram para discutir as perspectivas e visões de futuro dos escritórios e espaços de trabalho.

Como será a demanda para o setor de lajes corporativas, pós Covid-19? Até que ponto a pandemia de coronavírus pode alterar o mercado de lajes corporativas tradicional?  Veremos cada vez mais empresas adeptas ao modelo de home office? Em qual proporção? Como estar preparado para estas mudanças?  Quais as expectativas do futuro do home office? Veremos crescimento na demanda por coworking e espaços compartilhados? Como será o modelo ideal do escritório do futuro? Como manter a rentabilidade dos ativos em meio a todas estas mudanças?

Essas e diversas outras questões foram discutidas na manhã desta quarta-feira (17/06) com mais de 60 líderes do setor para compartilhar percepções e experiências. Confira abaixo os principais pontos discutidos:

Resumo

Devido ao cenário atual, a maior parte das empresas está questionando a retomada de seus funcionários aos escritórios e como serão os novos espaços ou modelos de trabalho no período pós-pandemia. Pensando na fase de recuperação do mercado e planos que permitam o retorno gradual e seguro dos profissionais aos escritórios, players do mercado imobiliário estão se deparando com uma demanda por novos modelos de workplaces, seja no curto prazo, para a retomada das atividades na normalidade, ou no médio e longo prazos, acompanhando tendências que já vinham em curso, mas que foram aceleradas pelo debate permanente do impacto do cenário atual no futuro dos espaços de trabalho. 

Se para alguns este cenário de debate já era comum, para muitos outros ainda não. Muitas empresas adotam posições de trabalho fixas e flexíveis em suas estrutura no dia-a-dia de trabalho, no entanto o trabalho remoto e políticas de home-office vêm ganhando novos adeptos e muitas empresas estão fazendo uma nova reflexão que precisa ser bastante alinhada com toda sua estrutura de funcionários para solucionar o cenário de trabalho recente. Mesmo assim, algumas estruturas não poderão ser alteradas, já que muitas pessoas não conseguirão se afastar de sua rotina de ida ao escritório ou local de trabalho. 

Para aqueles em que o debate é mais comum, a expectativa é a diminuição  do trabalho nos escritórios físicos, com o benefício do trabalho remoto. A dinâmica nos escritórios será permeadas pelos squads, grupos de trabalho que se reúnem ao longo de alguns dias da semana e trabalham em conjunto em projetos em comum, enquanto aqueles que podem fazer o trabalho individualmente de forma remota ficarão em casa ao longo da semana. Neste cenário, implica-se numa diminuição dos espaços, em função dos afastamentos e cada vez menos pessoas trabalhando nos escritórios. No entanto, com protocolos de afastamento, questiona-se se ainda será necessário a manutenção da totalidade do espaço físico, mesmo com o amadurecimento de ideia remotas. Para muitos, a criação de Hubs, espaços menores espalhados pela cidade, contrapondo-se à sede principal que será mantida com espaço menor, poderão trazer uma opção dinâmica para muitos trabalhadores que não precisarão se deslocar distâncias grandes em direção à sede central do trabalho ao longo da semana, além da construção de equipes que entenderão melhor a dinâmica de novos espaços. 

Para empresas multinacionais ou mesmo aquelas que necessitam de comodidade e endereço premium para a realização de seu trabalho, a percepção do grupo é de que a demanda por escritórios corporativos em prédios AAA especialmente em São Paulo e Rio de Janeiro deve permanecer sem muitas alterações. Embora alguns espaços poderão ser adaptados à nova realidade ou flexibilidade do trabalho, as empresas continuarão valorizando a localização, perfil do empreendimento, preço e infraestrutura..

Enquanto o futuro não chega, a retomada lenta e gradual aos espaços de trabalho no curto prazo será marcada por um controle sanitário cada vez maior, seja na adoção de protocolos de saúde, como o uso de máscaras, álcool gel e medição de temperatura, seja pela própria dinâmica e movimentação dentro dos prédios e escritórios, com menos aglomerações nos lobbys, espaços de trabalho com circulação em um único sentido, distanciamento social entre as posições de trabalho, etc.

Por fim, a convicção é que o retorno à normalidade é inevitável e com certeza os impactos de longo prazo são interessantes de se discutir neste momento. No entanto, deve-se manter cautela, sem levar em consideração mudanças extremas. Esse tipo de crise acelera grandes tendências, que serão centrais na cultura das empresas no futuro. Mesmo assim, o espaço de trabalho é peça-chave na convivência, tomada de decisão e desenvolvimento profissional de muitas pessoas e importante para a cultura empresarial. Findada a crise, entraremos em novo momento desafiador, na mudança de utilização e padrão de ocupações, com demandas talvez mais fortes por uma nova configuração dos escritórios, um ativo muito resiliente em meio à essa crise.

Acompanhe abaixo as pesquisas feitas em relação ao cenário atual e o sentimento dos principais líderes do mercado imobiliário sobre o setor de escritórios:

Pergunta: Na sua opinião, como será a demanda por novos escritórios corporativos pós pandemia?

Respostas:
- Manutenção. A maior parte das empresas deve retornar gradualmente às suas atividades sem alterações significativas nos espaços físicos - 42,9%
- Redução da demanda. Algumas empresas devem adotar novas formas de trabalho, intercalando Home Office e escritório físico - 35,7%
- Aumento da demanda. Algumas empresas devem adotar novos protocolos de segurança e saúde e aumentar o espaço físico dos escritórios com outras configurações ou Hubs de convivência e networking - 21,4%


Pergunta: Quando o setor de escritórios corporativos em São Paulo e Rio de Janeiro devem voltar ao patamar pré pandemia?

Respostas: 
- Apenas no primeiro semestre de 2021 - 51,4%
- Apenas no segundo semestre de 2021 - 27%
- Apenas em 2022 - 10,8%
- Em até 3 meses - 5,4%
- Em até 6 meses - 5,4%

*Pesquisas realizadas com 60 executivos seniors do mercado imobiliário no dia 17/06/2020.

A moderação do debate foi feita por Adriano Sartori (CBRE) e o debate contou com a participação de André Ferminio (Alpargatas), Cláudia Moreiras (Vivo), Donato Cardoso (Access.Run), Felipe Góes (São Carlos), Felipe Guazzelli (BR Properties), Nessim Sarfati (Barzel Properties), Paulo Millen (GTIS Partners), Rafael Birmann (Birmann S/A), Tânia Costa (Regus), entre outros. 

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