Augusto Martins (CSHG), Luiz Armando Sedrani (Votorantim Asset), Leandro Bousquet Viana (Vinci Partners), Mauro Junqueira (Aliansce Sonae) e Thiago Oliveira (JHSF)<br />Crédito: GRI Club/Flavio Guarnieri

Shoppeiro pede dissolução de FIIs que não acompanhem aportes

Capacidade limitada de fundos imobiliários para efetivação de novos investimentos é preocupação a gestores de shoppings.

16 de setembro de 2019Mercado Imobiliário
Líderes de redes de shopping centers reconhecem a relevância dos fundos de investimento imobiliário (FIIs) para essa indústria, mas veem com preocupação um ponto específico a esse tipo de veículo: a capacidade limitada para efetivação de novos aportes de capital, determinada por regulamentação da Comissão de Valores Imobiliários (CVM). Por isso, defendem o estabelecimento de uma cláusula dissolutiva, que poderia ser evocada em caso de necessidade ou oportunidade de investimentos que o FII não tenha como acompanhar.

A opinião foi manifestada pelos dois representantes desse mercado que participaram de painel sobre
FIIs focados em shoppings durante o Fórum GRI de Fundos Imobiliários 2019, realizado pelo GRI Club em agosto em São Paulo. Foram eles Mauro Junqueira, diretor da Aliansce Sonae responsável por gestão de ativos, e Thiago Oliveira, diretor-presidente e diretor de Relações com Investidores da JHSF.

A CVM determina que uma reserva de contingências pode ser retida pelos FIIs somente no limite de 5% da base de rendimentos a distribuir, considerando-se a obrigatoriedade da lei de distribuição de, no mínimo, 95% do lucro auferido, apurado segundo o regime de caixa.

Inquietação

Junqueira justifica sua posição. "O grande diferencial dos investidores mais institucionais é que têm facilidade para acompanhar investimentos, algo que, no caso dos fundos imobiliários, gera algum tipo de preocupação. A regulamentação dos FIis no Brasil tem algumas limitações, como a restrição a que [até] 5% da renda recebida possam ser reinvestidos. Quando pensamos em um ativo que precisa de investimento significativo e [um fundo] não propício a captação, isso gera inquietação", avalia. "Como ficaria se houvesse necessidade defensiva ou uma oportunidade de investimento interessante? Como fica isso numa situação de mercado menos favorável", questiona ele.

Por isso, o executivo é enfático: "para mim, é importante que o fundo aceite a possibilidade de diluição em caso de necessidade de investimentos que não possa acompanhar". "Renda é bom, mas é preciso investir. Essa é a mensagem", resume. 

A
Aliansce Sonae tem hoje presença de FIIs em dois de seus ativos: o Parque D. Pedro Shopping, em Campinas, e o Via Parque Shopping, no Rio de Janeiro. 

Na
JHSF, um fundo – FII XP Malls – está presente em todos os shoppings do portfólio, a exemplo do Shopping Cidade Jardim, em São Paulo, e do Catarina Fashion Outlet, em São Roque (SP). 

Participaram do painel do Fórum GRI de Fundos Imobiliários centrado em
shoppings também Luiz Armando Sedrani (Votorantim Asset) e Leandro Bousquet Viana (Vinci Partners), com moderação de Augusto Martins (CSHG).


Reportagem de Giovanna Carnio, editora-chefe do GRI Hub

 

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