Residencial - Como será o futuro da moradia no período pós pandemia?

6 de julho de 2020Mercado Imobiliário
 Em mais um eMeeting promovido pelo GRI Club, executivos do mercado imobiliário brasileiro se reuniram para discutir as perspectivas e visões de futuro do mercado residencial.

Quais serão os novos drivers de venda dos produtos residenciais? Quando veremos a retomada de lançamentos? Poderá haver superoferta em algumas regiões/segmentos? Como ficará a demanda por apartamentos compactos e studios? Veremos novas plantas e projetos com metragens diferenciadas?  Espaços para home office ganharão cada vez mais valor? Áreas compartilhadas - O que é essencial e o que pode ser repensado nos novos projetos? Alto padrão - Alguma mudança a curto prazo? Médio padrão - Como ficam as vendas com a perda de renda do consumidor? Como inovar nos projetos de Minha Casa, Minha Vida e não comprometer o budget? Residencial para renda - Cada vez mais uma realidade?

Essas e diversas outras questões foram discutidas na manhã desta terça-feira (30/06), com mais de 60 líderes do setor para compartilhar percepções e experiências. Confira abaixo os principais pontos discutidos:

Resumo

O mercado residencial, o maior e principal setor imobiliário no Brasil, começou o ano com uma expectativa otimista, marcada pela retomada da economia nos primeiros meses do ano, redução na taxa básica de juros, expectativas de IPOs, novos lançamentos previstos para o primeiro semestre, além da retomada de confiança do consumidor. No entanto, as excelentes expectativas foram diminuídas pelo cenário atual, com um primeiro semestre fraco, marcado pela paralisação de algumas obras, diminuição na intenção de compra do consumidor final e postergação de lançamentos.  

Porém, essa situação promete ser diferente na segunda metade do ano uma vez que já é possível enxergar um pequeno crescimento das vendas em maio e junho. Mesmo com a incerteza em relação ao futuro da economia nos próximos meses, a expectativa para o mercado residencial é promissora, já que muitos lançamentos que estavam previstos para o primeiro semestre caminham para o segundo semestre, um período que para muitos será bem movimentado. Com os lançamentos segurados na primeira parte do ano, muitos dos empreendimentos precisarão ser lançados pelas principais incorporadoras do país nos próximos meses, em um momento desafiador e que nos leva a questão de como eles deverão ser colocados no futuro do mercado para se diferenciar dos outros projetos.

Mesmo que o comportamento do consumidor já caminhasse para uma nova direção nos últimos anos, marcado por novas demandas, acentuadas principalmente pelos novos meios digitais de interação entre empresas e clientes, o cenário atual é um verdadeiro divisor de águas no mercado imobiliário. Muitas incorporadoras são pioneiras em ações inovadoras, mas muitas outras estavam caminhando pouco a pouco com iniciativas de marketing digital, lançamentos online, stands tecnológicos e plantas virtuais, e viram seus negócios impactados em poucos meses. 

O cenário atual acelerou o processo de digitalização e fez com as empresas se questionassem cada vez mais como será a conciliação entre a tecnologia e o mínimo de experiência do consumidor, que neste momento não tem a disponibilidade para visitar plantas e stands de venda fechados. As vendas digitais de imóveis foram aceleradas nos últimos meses e apresentaram diferentes resultados. Para o segmento econômico, a venda digital é um pouco mais difícil para o morador final, já que muitos querem ver o decorado no sonho do imóvel próprio. Em contrapartida, a venda para um investidor acontece de forma digital e mais rápida, tanto por valores mais baixos e metragem menor, que muitas vezes não precisa ser vista pelo cliente. Para produtos de médio/médio-alto padrão, tanto moradores quanto investidores querem ver o imóvel, já que se trata de um investimento significativo. Para produtos de alto/altíssimo padrão, mesmo com valores muito altos, as vendas digitais acontecem, já que moradores e investidores deste segmento já estão acostumados com a compra de imóveis e muitas vezes estão mais interessados na localização do imóvel do que no produto.

Mais do que levantar questões de como será a venda futura dos imóveis, estas mesmas empresas também estão se questionando como será a relação dos consumidores com seu imóvel e como serão os futuros produtos imobiliários nos próximos anos. Já que muitos estão em Home Office nos últimos meses, nota-se que espaços mais amplos e áreas externas serão demandas para aqueles que querem desfrutar de maior qualidade de vida pois o Home Office deve ser aplicado em alguns dias da semana e a localização passa a ter menor peso na decisão de compra do empreendimento. 

Por outro lado, aqueles que manterão uma rotina de trabalho semelhante ao periodo pré-pandemia, devem levar em consideração a localização como um fator decisório para a compra. Os imóveis deverão estar em espaços bem localizados, próximos ao trabalho e com acessibilidade, integrados à infraestrutura urbana e serviços. Mesmo assim, essa não é a realidade para muitas pessoas que vivem nos grandes centros urbanos e que se deslocam da periferia para o centro, onde há a oferta de emprego. Para essas pessoas, a realidade diferente pode ser uma forma de empresas se questionarem como deverão ser os novos produtos imobiliários e como atrair cada vez mais consumidores com projetos cada vez mais inovadores.

Mesmo com um cenário desafiador pela frente, as expectativas de retomada do mercado imobiliário são boas para os principais players do setor que acreditam na resiliência apresentada pelo mercado em crises passadas. O debate contou com a moderação de Gustavo Pellicciari (CCDI) e a participação de Alexandre Frankel (Vitacon), David Ades (MAC Construtora e Incorporadora), Joseph Meyer Nigri (Tecnisa), Luciano Amaral (BENX Incorporadora), Thiago Kallas (Grupo Kallas), entre outros. 

A agenda do GRI Club Real Estate no Brasil 

A agenda de eMeetings do GRI Club Real Estate no Brasil para 2020 já está disponível. Conheça o que vem pela frente e programe-se.