Prédios fora do padrão têm ajudado a evitar vacância

"Estamos sofrendo menos do que outras incorporadoras", afirma fundador da Ideia!Zarvos, Otávio Zarvos.

13 de setembro de 2015Mercado Imobiliário

Quem circula pela Zona Oeste da capital paulista certamente já deu de cara com prédios diferentões, coloridos e com uma arquitetura arrojada, que, para o bem ou para o mal, sempre provocam reações imediatas. Até quem não frequenta a região vai cada vez mais ouvindo falar do burburinho que essas construções, iniciadas no começo dos anos 2000, suscitam.

O responsável por elas é Otávio Zarvos, fundador da Idea!Zarvos. Ele criou a incorporadora justamente com a proposta de fugir do comum – em estética e localização – e conseguiu transformá-la num modelo de negócio de sucesso, mesmo em tempos bicudos como os atuais. Dentro dessa tática, os edifícios de escritórios já representam 50% do portfólio.

"Sem dúvida, nossa estratégia ajuda neste momento. Ela tem sido fundamental para atrair e manter os clientes. Estamos sofrendo muito menos do que outras incorporadoras", assegura Otávio. Como está o nível de vacância dos seus prédios comerciais neste período em que tantos reclamam de imóveis vazios? "Muito menor do que a média do mercado", garante. E tudo por conta da diferenciação, que coloca a empresa numa posição privilegiada.

Design nada pasteurizado

No que toca ao design, o que Otávio buscava e continua buscando é fugir do que chama de "pasteurização" dos edifícios. "Além de serem iguais por fora, são iguais por dentro. No segmento comercial, a pasteurização talvez seja ainda maior do que no residencial. Às vezes, na parte externa do comercial, os desenvolvedores se permitem algumas coisas diferentes, mas por dentro os prédios são sempre idênticos. Acontece que as pessoas não são iguais. Existe um mercado que não gosta daquilo, que tem muitas referências do exterior, especialmente dos Estados Unidos. Esse público quer trabalhar de um modo diferente e em lugares diferentes", afirma.

É para esses insatisfeitos, notadamente empresas das indústrias criativa e de tecnologia, que ele se volta. Bem, na verdade não apenas a eles, ainda que representem hoje 80% dos seus clientes comerciais. Como todo empresário, ele não dispensaria consumidores, mas faz uma ressalva: ficaria feliz em atender também outros tipos de companhias, quem sabe grandes multinacionais, desde que não precisasse abrir mão dos princípios que têm norteado o negócio.

"O que não vou fazer é andar para trás. Se me pedirem para fazer um escritório 'caretinha', não aceito de jeito nenhum. Mas é lógico que sempre que uma empresa se interessa pelo que estamos fazendo ficamos muito felizes por ver que estamos apostando na coisa certa."

Por enquanto, Otávio está focado em clientes de porte médio, que considera mais fiéis. "Pelo nosso posicionamento, entendemos que quem ocupa até 100 m² é muito pequeno para nós. No entanto, acreditamos que o pequeno não necessariamente tem que trabalhar só dentro da sala dele, então talvez passemos a pensar um pouco mais em coworking. Isso é algo que está no nosso radar: partir direto para ser um locador para o público final de coworking", adianta.

Confira a reportagem completa, da editora-chefe, Giovanna Carnio, na GRI Magazine.