O que esperar para o setor de loteamentos em 2020

Veja as previsões de Klausner Monteiro (Alphaville), Marcos Dei Santi (Cemara) e José Eduardo Ferreira (ITV Urbanismo).

19 de fevereiro de 2020Mercado Imobiliário

O setor de loteamentos e comunidades planejadas deve ter um 2020 bem melhor do que foi 2019, sinalizam loteadores ouvidos pelo GRI Hub. Percebe-se retomada na velocidade de vendas e há expectativa de maior volume de lançamentos.

“Em 2019, já houve evolução. Para 2020, acreditamos em expansão na casa de 10% a 15%. O mercado de loteamentos cresce inclusive porque ficou muito tempo parado. Muitos projetos foram mantidos na prateleira por três a quatro anos. Lançou-se um pouco em 2019 e se vai lançar em 2020. Com o crédito e o cenário econômico melhorando, sem dúvida vai haver crescimento”, afirma Marcos Dei Santi, sócio e vice-presidente executivo da Cemara Loteamentos. 

Marcos Dei Santi, da Cemara Loteamentos, durante o GRI Loteamentos 2019 | Crédito: GRI Club/Flavio Guarnieri
Marcos Dei Santi (Cemara Loteamentos) | Crédito: GRI Club/Flavio Guarnieri

José Eduardo Ferreira, CEO da ITV Urbanismo, se mostra igualmente animado e diz que “as coisas estão começando a entrar nos eixos novamente”. “O loteador é um otimista por natureza”, ressalta. “Teremos mais lançamentos em 2020 do que em 2019. Aliás, prevemos crescimento não só para 2020, e sim para os próximos três anos, mas não um crescimento de uma vez só. Ele vem sustentável, devagar, e vai se acelerar daqui para a frente, chegando a um pico que deve ocorrer em cerca de três anos.”

Para a Alphaville Urbanismo, a virada do mercado também está nítida. “O setor imobiliário tem mostrado uma recuperação depois de alguns anos mais duros, de crise forte, principalmente para loteamentos. Em 2019, já houve uma retomada. Não estamos no ritmo pré-crise, mas já observamos sinais melhores”, analisa o CEO Klausner Monteiro. “Acreditamos muito daqui para a frente. Nesse cenário de queda de juros e inflação controlada, cremos em retomada da economia. Por outro lado, os estoques das empresas estão muito baixos. Isso faz com que surja demanda por novos produtos. Vemos que, pontualmente, já estão aparecendo oportunidades interessantes em algumas cidades para loteamentos.”

Klausner Monteiro, da Alphaville Urbanismo, durante o GRI Loteamentos 2019 | Crédito: GRI Club/Flavio Guarnieri
Klausner Monteiro (Alphaville Urbanismo) | Crédito: GRI Club/Flavio Guarnieri

Expectativa de lançamentos

Em 2019, a Alphaville lançou quatro produtos, que, segundo Monteiro, registraram forte velocidade de vendas. Os planos para este ano são mais ambiciosos. “Em 2020, com a retomada da economia, devemos ter de 12 a 15 lançamentos, mantendo o mix de distribuição entre Alphaville e Terras Alpha.” Acrescentados a esse número, estão previstos mais dois ou três projetos para a terceira marca da companhia, Jardim Alpha, que no final de 2019 passavam por fases de estudo e aprovação. 

No caso da Cemara, a intenção é lançar quatro projetos em 2020. “Obviamente, isso vai depender da finalização da documentação. Estamos olhando um a um para avaliar a possibilidade realmente efetiva de sucesso de vendas”, conta Dei Santi. Ele adianta que os empreendimentos serão em cidades diferentes, porém sempre no interior de São Paulo, mantendo, portanto, o foco geográfico da loteadora. “O interior paulista é um PIB à parte e tem uma demanda mais pujante para o setor de loteamentos”, justifica. 

A ITV, da mesma forma, priorizou continuar concentrada na região em que já atua, o eixo Minas Gerais-São Paulo - mais especificamente, os entornos de Uberlândia e de Belo Horizonte, e um raio de até 200 km da capital paulista. “Crescer fora desses eixos implica aumentar a equipe e a empresa, e isso traz diversas dificuldades, principalmente na questão de legislação local e aprovação. Então, só vamos para novas praças, adicionais a essas, ao encontrar mais de um ou dois milhões de metros quadrados [disponíveis]. Temos algumas coisas em vista, mas ainda nenhum contrato assinado”, explica Ferreira. 

José Eduardo Ferreira, da ITV Urbanismo, durante o GRI Loteamentos 2019 | Crédito: GRI Club/Flavio Guarnieri
José Eduardo Ferreira (ITV Urbanismo) | Crédito: GRI Club/Flavio Guarnieri

O CEO da ITV Urbanismo reforça que as aprovações seguem como um grande desafio ao mercado loteador, para ele superior ao de financiamento. “O que impacta um pouco mais no nosso negócio efetivamente em 2020 é não conseguir aprovar no ritmo que desejamos”, critica. “Tudo esbarra nas aprovações. Para dar um exemplo, em Uberlândia, conseguíamos aprovar um loteamento em um ano e meio. Neste momento, está levando entre quatro e cinco anos”, cita.

Klausner Monteiro, da Alphaville Urbanismo, concedeu entrevista ao GRI Hub durante o GRI Loteamentos 2019. Já Marcos Dei Santi, da Cemara, e José Eduardo Ferreira, da ITV Urbanismo, conversaram com a equipe de reportagem do GRI no Brazil GRI 2019

GRI Loteamentos Brasil 2020

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