O futuro do E-commerce e seus impactos no mercado imobiliário brasileiro

28 de abril de 2020Mercado Imobiliário
 Em mais um eMeeting promovido pelo GRI Club, executivos do mercado imobiliário brasileiro se reuniram para discutir as perspectivas e visões de futuro do E-Commerce no país.

A reunião online levantou pontos importantes, dentre eles o futuro do setor no país. Como será o desenvolvimento de propriedades de fulfillment e infraestrutura logística nos centros urbanos? Qual o impacto do cenário atual nos hábitos de consumo online? Quais são os maiores gargalos do setor no Brasil e como ele vai se estruturar no futuro? Quais tecnologias vêm impactando positivamente o mercado no cenário atual? 

Essas e diversas outras questões foram discutidas em um e-meeting do GRI Club, com moderação de Thiago Cordeiro (GoodStorage), na manhã desta quinta-feira (23/04), que reuniu mais de 80 nomes do setor para compartilhar percepções e experiências. Confira abaixo os principais pontos discutidos:

Resumo

Com uma grande movimentação em 2019 e a expectativa de retomada da economia nos primeiros meses do ano, o mercado de E-Commerce se preparava para um ciclo de crescimento, com projeções positivas para o futuro no Brasil. No cenário atual deixado pelo coronavírus, o setor foi impactado de forma diferente em relação à outros mercados, positivamente com o incremento da demanda online para certos produtos, mas exigindo novos desafios.

Com o isolamento, muitas empresas viram a demanda pelo comércio online aumentar e enxergam com bons olhos este momento, já que ele pode representar uma mudança permanente nos hábitos de consumo online das pessoas. Caso se concretize tal mudança, será necessária uma reestruturação para atender cada vez mais os clientes de forma diferenciada. A principal reestruturação a ser feita é o incremento na digitalização, oportunidade que aproxima cada vez mais empresas e consumidores que nunca tiveram a experiência de compra online.

Mesmo com produtos que sofreram impacto negativo de demanda, sendo ultrapassados pela busca maior de produtos de consumo recorrente, nota-se que o setor de E-commerce deve ser ágil para garantir que um novo patamar seja atingido, numa oportunidade de "fincar o pé" no país no cenário pós-crise. Para isso, esse movimento deverá ser pautado pela adoção de duas estratégias. Uma delas envolve tecnologia, já que as empresas deverão saber quais os produtos mais demandados, garantindo ofertas adequadas e boas experiências de compra e pós-compra para o consumidor. A outra é a capacidade logística, já que essas mesmas empresas deverão ocupar espaços cada vez mais avançados e encontrar soluções na roteirização da distribuição logística. 

Esse cenário também é bem visto pelos principais players do mercado imobiliário, já que pode ser uma oportunidade de desenvolvimento e investimentos futuros no mercado de condomínios e galpões industriais/logísticos. Na adoção de novas práticas e tecnologias pelas empresas de E-commerce, os desenvolvedores e investidores deste setor imobiliário deverão buscar novas oportunidades, em localizações cada vez mais estratégicas nos centros urbanos, garantindo agilidade nas entregas de last-mile. 

Mesmo assim, não são todas empresas que estão dispostas a pagar para ter essa operação mais próxima do destino final. Muitos dos varejistas estão usando suas lojas em shoppings, verdadeiros centros de distribuição no momento atual e importantes no combate à crise. Uma possível alternativa para este cenário no futuro talvez seja a criação de mini hubs compartilhados entre empresas do setor de e-commerce e varejo nos centros da cidades, garantindo maior eficiência logística e custos reduzidos de operação. Para isso, é necessário que novos produtos imobiliários existam para suprir a carência de centros de fulfillment urbano compartilhados e os desenvolvedores deverão ir além, encontrando novas vocações para espaços dentro da teia urbana.

Tal movimento, de pulverizar a distribuição logística entre centros menores, requer uma escala muito grande de presença e infraestrutura logística em todo o território nacional, em um processo complexo e robusto, principalmente para os centros urbanos no futuro, já que eles terão cada vez menos espaços livres e a frequência de pedidos e movimentação de mercadorias será cada vez maior, com consumidores mais exigentes para uma entrega cada vez mais rápida e barata.

O debate contou com a moderação de Thiago Cordeiro (GoodStorage) e dentre os participantes estiveram presentes Gustavo Bello (Dafiti), Andreas Blazoudakis (Delivery Center), Ricardo Antoneli (GLP), Luiz Vergueiro (Mercado Livre), Nestor Felpi (Natura&Co), Pablo Pazos (Ricardo Eletro), Guilherme Portescheller (Souza Cruz), entre outros. 

A agenda do GRI Club Real Estate no Brasil 

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