No interior do RJ, Porto Real SA concilia oferta industrial e moradia

Braço de incorporação do grupo quer desenvolver o polo industrial da região e está construindo um novo bairro

1 de dezembro de 2021Mercado Imobiliário

Um certo dia, no ano de 1994, os ex-proprietários da fábrica da Coca-Cola situada em Porto Real, no interior fluminense, tomaram ciência através de um jornal que a Volkswagen Caminhões queria se instalar no Brasil. Após alguns contatos, doaram 1 milhão de metros quadrados para a empresa, dando início ao polo industrial de Resende, que se consolidou como um dos maiores centros de produção automobilística do país. 

Algumas décadas depois, a incorporadora do Grupo Porto Real SA - que foi criado após a venda da fábrica e é proprietário de uma área plana com 7 milhões de metros quadrados no polo - tem planos para atrair companhias dos mais diversos segmentos ao local.

“Não precisa ser um polo exclusivamente automobilístico. Queremos trazer indústrias farmacêuticas, fabricantes de plástico, papelão, empresas de transformação, geradoras de energia solar - as quais já nos procuraram para conversas mais abrangentes, inclusive”, afirma o diretor de Novos Negócios e Incorporação da Porto Real SA, Leonardo de Almeida Cunha.

Os estudos para desenvolver o local começaram há cerca de três anos e trazem a expertise de empresas internacionais, como a holandesa Arcadis e a dinamarquesa Ramboll, além da consultoria brasileira Urban Systems. 

Segundo Cunha, a ideia é desenvolver os projetos conjuntamente com as empresas interessadas em se instalar no polo industrial. O Grupo Porto Real SA se aproximou de consultorias especializadas no setor imobiliário, o que já resultou em algumas negociações - mantidas em sigilo.

“A área é muito promissora, plana, às margens da Via Dutra, em um ponto estratégico para a logística. Nós queremos participar ativamente dessa construção com os nossos clientes. Se uma empresa estiver interessada em se instalar, temos todo o know how, nossa equipe abrange profissionais renomados no mercado”, diz o executivo. 

Grandes montadoras estão instaladas no polo industrial, que agora deve crescer e atrair empresas de outros setores. Foto: Divulgação/Porto Real SA

Recentemente a Porto Real concretizou a venda de uma área nobre do polo industrial - na esquina com a Dutra - para a empresa de logística JSL, como parte da estratégia para fomentar o desenvolvimento do ativo. A varejista Havan também adquiriu 8 mil metros quadrados para construir uma de suas centenas de lojas, segundo Cunha. 

“Algumas propostas desse tipo vão acontecer porque é uma área muito estratégica, com acesso imediato à Via Dutra. Tínhamos planos até de fazer um outlet, mas veio a pandemia e agora estamos estudando outros tipos de projetos”, conta.

Bairro Terra Nova

Com a expansão do polo industrial e logístico, a cidade de Porto Real deverá ter um incremento populacional, o que abre oportunidades para o desenvolvimento de moradias. Há cerca de dois anos, a incorporadora iniciou a construção de dois loteamentos que somam 600 unidades em uma área de 3 milhões de metros quadrados, situada a cerca de 5 minutos (de carro) do polo.

Comercializados em duas etapas, os lotes foram 100% vendidos. A primeira fase será entregue em dezembro e a conclusão da segunda etapa está prevista para ocorrer em meados de 2022. 

“No início, pensamos que seria necessário primeiro fomentar a chegada de novas empresas para depois construir moradias, só que os tempos são descasados. Vimos que havia um déficit habitacional e iniciamos os loteamentos, que foram muito resilientes, vendemos tudo. Com essa mesma pujança, queremos expandir o polo industrial”, argumenta Cunha. 

O projeto do novo bairro prevê bastante área verde e um núcleo de convivência que vai contemplar um mercado italiano, resgatando a cultura local. O empreendimento também terá praças, um lago, supermercados e lojas variadas, previstos para as próximas fases, e ainda haverá espaço para outras incorporadoras desenvolverem seus produtos. 

Bairro Terra Nova aposta em área verde e ambientes de convivência. Imagem: Fyr Studio

“Vai sobrar bastante área, e como a gente já colocou ali a pedra fundamental, já tivemos sucesso nas duas fases de venda dos lotes e já estamos investindo em toda a infraestrutura com as empresas contratadas, estamos certos de que haverá esse interesse”, finaliza Leonardo Cunha.

Por Henrique Cisman