Mitre Realty planeja lançar até R$ 1 bi em 2020

Foco da companhia continua sendo moradias para classe média, além de residenciais para renda.

22 de janeiro de 2020Mercado Imobiliário
Em 2020, a incorporadora Mitre Realty prevê lançar entre R$ 700 milhões e R$ 1 bilhão em projetos voltados para a classe média na capital paulista, mantendo o seu principal foco de atuação. O momento propício para novas incorporações no segmento residencial se deve principalmente à queda da Selic a um patamar histórico, atingindo 4,5%, e à evolução do mercado de crédito imobiliário, que tem oferecido condições de financiamento mais atrativas à população. 

Segundo Rodrigo Cagali, CFO da companhia, os planos serão postos em prática de acordo com o potencial do mercado. "Vamos lançar dois ou três [projetos] e, conforme o mercado for absorvendo, vamos lançando outros. Não há uma orientação para colocar esse R$ 1 bilhão a qualquer custo [nas rua]", conta o executivo. 

A estratégia é superar a marca de 2019, quando cerca de R$ 700 milhões foram lançados pela companhia. "[Em 2019] Sentimos o mercado já se recuperando bem e nossos índices de vendas foram bons", complementa.

Cagali conversou com a equipe de reportagem do GRI Hub ao participar do
Brazil GRI 2019, maior conferência do setor imobiliário brasileiro, promovida pelo GRI Club Real Estate em novembro passado. À ocasião, a partir dos resultados do terceiro trimestre de 2019, ele afirmou ver um quadro de forte de expansão setorial, patente em novos empreendimentos e na ampliação da concorrência. 

Perspectiva positiva

"O ponto é entender a dinâmica. [Por exemplo,] Se a oferta em São Paulo vai aumentar muito. Até o momento, o mercado está bem controlado, com um crescimento saudável", confirma.

Cagali lembra que também os preços dos terrenos passaram a subir no decorrer do ano passado. Esse, portanto, aparece como um ponto de atenção, visto que a tendência é de que o valor seja repassado para a ponta do processo, ou seja, o consumidor final.

Ele adiciona outros elementos ao caldo positivo. "Antes, para financiar um apartamento de R$ 400.000,00, uma pessoa precisaria de cerca de R$ 9.500,00 [de renda mensal]. Hoje, necessita receber cerca de R$ 7.500,00. Portanto, há uma base da pirâmide que acessa apartamentos via SFH [Sistema Financeiro de Habitação] e SBPE [Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo] que antes somente tinha acesso ao Minha Casa, Minha Vida", explica. "Temos sentido esse novo público chegando e procurando por produtos melhores, o que é positivo, já que aumenta a nossa base de clientes", complementa.

Residencial para renda

Novas incursões no formato student living – modelo de residencial para renda com foco no público estudantil – são outra aposta do grupo, por meio do braço Share Student Living. "Recentemente, distribuímos e fizemos a captação de um fundo, pelo Itaú [voltado para esse segmento]. Temos um prédio em operação e outros dois em construção. A ideia é desenvolver novos projetos e manter a operação."

A Share Student Living foi criada em 2016 e tem o objetivo desenvolver empreendimentos student living em regiões próximas a universidades, também na cidade de São Paulo. "Dentro desse [mesmo] fundo, já temos alguns projetos [novos] adquiridos e que serão desenvolvidos em 2020", continua Rodrigo Cagali

Outro plano da Mitre é a abertura de capital. O pedido de oferta inicial de ações (IPO) foi apresentado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em dezembro passado. 


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