Mercado: hotelaria vai consolidar recuperação

Principais indicadores do setor devem melhorar ao longo do ano, segundo executivos

26 de janeiro de 2022Mercado Imobiliário

Os momentos de angústia na hotelaria brasileira ficaram para trás. Pelo menos esta é a impressão predominante entre os líderes de companhias que atuam no setor, identificada em uma sondagem realizada de 18 a 24 de janeiro pelo GRI Club

Para pouco mais de 70% dos executivos, haverá aumento nas taxas de ocupação e no valor da diária média em 2022, comparativamente com o ano passado. Aliás, na edição mais recente do GRI Hotéis Brasil, realizada no início de dezembro, a recuperação das diárias foi colocada como o grande desafio no curto prazo. 

Vale destacar que, àquela altura, os impactos do surgimento da variante ômicron eram menos conhecidos do que agora. O cenário atual mais otimista, contudo, não significa que os níveis praticados nos próximos meses já serão equivalentes a 2019.

Por falar em ômicron, a possível aparição de novas variantes - ainda que cada vez mais leves - está entre os maiores desafios para que as projeções descritas se tornem realidade ao longo do ano, apontada por pouco mais da metade dos respondentes. 

Nível semelhante de executivos considera que o ambiente político instável - muito provavelmente agravado quanto mais próximas ficam as eleições - também será um obstáculo para os negócios, em linha com o que pensam as incorporadoras focadas no mercado imobiliário residencial.

Um ponto comum em relação aos escritórios e shopping centers é que o crescimento da indústria de hospitalidade no Brasil vai depender do desempenho da economia. Para 35%, os indicadores serão piores que no ano passado, e quantidade semelhante (29%) crê que este será um dos maiores entraves para a retomada do setor. 

Entre boas expectativas e preocupações, 76% afirmam que a tendência é o RevPAR crescer de janeiro a dezembro, em relação aos 12 meses anteriores. Parte enxerga uma alta entre 25% e 50%, enquanto outra parcela equivalente projeta aumento de até 25% no indicador (obtido através da multiplicação do valor médio diário pela taxa de ocupação do empreendimento). 

Espaço para todos os perfis

A opção mais votada na sondagem em relação ao perfil dos novos lançamentos é um mix entre lazer e corporativo (35%); resorts (23%) e multipropriedade (18%) aparecem na sequência. 

Os empreendimentos voltados à demanda corporativa também alcançaram 18%, embora especificamente neste segmento a retomada seja mais dependente de um crescimento econômico e do fim das restrições frente à covid-19.

A cidade de São Paulo foi a mais indicada para novos investimentos no setor (53%), seguida por Rio de Janeiro, Serra Gaúcha e interior paulista. Também foram escolhidas algumas capitais da região nordeste - Fortaleza, Maceió, Recife e Salvador.

Por Henrique Cisman