Imagem de capaAdeodato Volpi Netto (Eleven Financial Research), Alessandro Vedrossi (Valora Invest), Eduardo Malheiros (Habitat Capital Partners), Juliana Mello (Fortesec) e Marcus Fernandes (Santander Asset Management) | Crédito: GRI Club/ Flavio Guarnieri

Indexação a IPCA transformará mercado de crédito imobiliário

Especialistas ressaltaram relevância do anúncio de nova forma de financiamento da Caixa em fórum do GRI Club.

28 de outubro de 2019Mercado Imobiliário
Anunciada em agosto, a nova linha de financiamento imobiliário da Caixa Econômica Federal indexada ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve transformar o mercado de crédito imobiliário, avaliam especialistas que participaram do Fórum GRI de Fundos Imobiliários 2019.

O tema foi abordado em painel sobre o potencial do mercado de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) durante o fórum promovido pelo GRI Club Real Estate logo após a divulgação da novidade pelo banco público. Participaram da sessão de debate, acompanhada por mais de mil participantes, Alessandro Vedrossi (Valora Invest), Eduardo Malheiros (Habitat Capital Partners), Juliana Mello (Fortesec) e Marcus Fernandes (Santander Asset Management). A moderação ficou a cargo de Adeodato Volpi Netto (Eleven Financial Research). 

Desenvolvimento da indústria de CRIs

Volpi Netto questionou os participantes sobre o potencial de essa mudança mexer de maneira importante na dinâmica setorial e aventou o que poderia mudar ao longo dos meses vindouros para a indústria de CRIs.

Para Malheiros, o horizonte decorrente do lançamento da Caixa é um dos mais transformadores do mercado. "Daqui a dez anos, vamos nos lembrar de como isso contribuiu ao desenvolvimento da indústria [de CRIs], ainda muito incipiente no Brasil". Para exemplificar o volume de negócios que podem vir a ser gerados a partir da novidade, ele retomou os números de emissões de mortgage-backed securities (MBS) nos Estados Unidos, um mercado de US$ 1 trilhão. 

Juliana Mello, por sua vez, ressaltou a importância do papel da securitizadora nesse processo, visto que a gestão de uma carteira pulverizada tem que ser feita com acuracidade. "O mercado não estava acostumado ao detalhamento dos CRIs e entendemos que isso é necessário, com acompanhamento é similar ao de um fundo. É preciso dar transparência para que o gestor invista nesse papel", pontuou. 

Visão de banco e de gestor

Do lado dos bancos, Marcus Fernandes trouxe a visão do Santander, reforçando o posicionamento de que este é um momento transformador do mercado. "Estamos vivendo uma nova realidade", apontou. Sobre o aumento da concorrência no segmento imobiliário, ele vê a competição de uma forma positiva, pois "ajuda a indústria a ser mais consistente para os próximos anos". 

Alessandro Vedrossi, por sua parte, trouxe ao diálogo a importância do olhar do gestor, considerado por ele imprescindível a investimentos em CRIs. Do ponto de vista do crédito, "um instrumento como o CRI exige um acompanhamento muito próximo", enfatizou.

Após ter anunciado a revisão da Taxa Referencial (TR) para o IPCA, a Caixa anunciou em outubro nova redução, de até 1 ponto percentual nas taxas de juros para os financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE). Com isso, a menor taxa passou de 8,5% ao ano para 7,5% ao ano e a maior, de 9,75% ao ano para 9,5% ao ano. 

 

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