Hines vê volta da demanda por galpões desde o fim de abril

O diretor Steven Mathieson observa sinais de recuperação não apenas em São Paulo, como também no Rio e em Manaus.

5 de junho de 2019Mercado Imobiliário

Depois de uma intensa movimentação na virada de 2018 para 2019, impulsionada por fortes expectativas de retomada da economia no governo Bolsonaro que acabaram se frustrando logo nos primeiros meses do novo ano e inibindo negociações, a busca de companhias ocupantes por imóveis industriais e logísticos começou a dar relevantes sinais de retomada desde o final de abril.

"De um mês para cá, vimos que as empresas votlaram. Há contratos de locação sendo fechados", reportou Steven Mathieson, diretor da Hines, em entrevista ao GRI Hub durante sua participação no GRI Industrial & Logística Brasil 2019, em 21 de maio.

Ele contou que havia recém-fechado um contrato, naquela mesma semana, e que outros dois ou três seriam selados nos dias a seguir. "O sentimento agora é de que as coisas vão se desenrolar e de preparação para um futuro mais próspero."

Com essa visão, segundo o executivo, o que se observa por parte das companhias que procuram galpões neste momento é a preferência por áreas menores, mas que possam ser expandidas conforme a economia e os negócios evoluírem. "Querem ter certeza de que o módulo ao lado está vazio e de que terão prioridade [para ocupá-lo mais para a frente]", afirma.

São Paulo, Rio e Manaus

De acordo com Mathieson, a recuperação tem sido claramente sentida pela Hines em São Paulo, mas não apenas nesse eixo. Ele cita movimentos relevantes, por exemplo, no Rio de Janeiro – com destaque para intensas visitas a um galpão em Belford Roxo – e em Manaus.

A partir dessa evolução, a Hines acredita em fechar 2019 com vacância inferior à de 2018. "Em São Paulo, creio que a vacância será muito baixa até o final do ano", aposta. "Nesse mercado, já estamos conseguindo ser muito mais rígidos nas negociações e ainda assim obter sucesso nas negociações."

<span class=Steven Mathieson" src="https://cdn.griclub.org/uploads/files/Steven_Mathieson_2019_6_04_14_23_38_1559658218.jpg" style="height:100%; width:100%" title="Steven Mathieson" />Steven Mathieson, diretor da Hines | Crédito: GRI Club / Flávio Guarnieri

Novos investimentos

Não por acaso, o foco de novos investimentos da Hines estará inicialmente em São Paulo. Novos terrenos estão em vista e aquisições tendem a ocorrer até o fim do ano, com perspectiva de obras se iniciando no segundo semestre de 2020, a depender das necessárias aprovações. "Vamos fazer primeiro novamente em São Paulo e, depois de colocar um ou dois bons projetos para 'dentro de casa', talvez possamos voltar a analisar outras regiões. Tivemos sucesso indo para fora de São Paulo e acho que isso pode ser retomado", aponta o diretor.

Steven Mathieson revela que, se em outros tempos, a Hines tinha clara preferência por projetos maiores, a partir de 50 mil metros quadrados, presentemente, também são considerados alguns de porte um pouco menor, desde que bem localizados, com liquidez e bom preço, e horizonte de aprovação relativamente fácil. "Se acharmos que há um ciclo rápido para girar [entre compra, aprovação, construção e entrega], avaliamos. Contudo, se for um terreno pequeno, com aprovação difícil, não faz sentido", pondera.

GRI Shopping & Retail Brasil 2019

GRI Shopping & Retail Brasil 2019

As empresas varejistas estão entre as responsáveis pela retomada da demanda por galpões apontada por Steven Mathieson, da Hines. As perspectivas e os desafios dos segmentos de shopping centers e varejo estarão em debate no próximo dia 6 de junho em São Paulo, na programação do GRI Shopping & Retail Brasil 2019.
Confira a agenda e veja como participar.