Grandes empresas iniciam retorno aos escritórios

Ocupação será crescente até o final do ano

9 de junho de 2020Mercado Imobiliário
Companhias globais já iniciam o retorno de seus profissionais aos escritórios após superados os meses mais críticos da pandemia do novo coronavírus em todo o mundo. O banco Barclays pretende convocar 700 funcionários para as unidades situadas no Reino Unido, nos Estados Unidos e na Índia a partir de julho, de acordo com a agência de notícias Bloomberg. A empresa estuda retomar totalmente a ocupação dos escritórios a partir de outubro.

Já o banco norte-americano Citigroup planeja reabrir os escritórios em Londres neste mês e os de Nova York - epicentro da pandemia nos Estados Unidos - a partir de julho. Se confirmada a previsão, a empresa será a primeira a retomar as atividades nos escritórios dentre as grandes companhias de Wall Street. 

Também de acordo com a Bloomberg, funcionários do Credit Suisse foram comunicados sobre o retorno aos escritórios nos próximos meses, que será realizado em quatro fases: na primeira etapa, somente poucos profissionais; as duas seguintes consistem no revezamento de equipes - sendo que na terceira fase haverá mais pessoas do que na segunda - até que finalmente seja efetuada a retomada completa da ocupação. Não há informação sobre as datas.

Mesmo no Brasil, onde o pico dos contágios e das mortes chegou mais tarde em relação à Europa e aos Estados Unidos, empresas já ensaiam voltar aos escritórios. No mês passado, o Santander determinou o retorno de parte dos funcionários, segundo apurado pelo portal Infomoney. Estima-se que 40% do total de colaboradores do banco tenham sido convocados até o momento.

Na semana passada, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB/SP), Caio Augusto, foi à Casa Civil da Prefeitura entregar um protocolo de reabertura dos escritórios de advocacia na capital paulista. De acordo com o presidente da Câmara Municipal, Eduardo Tuma, que intermediou a reunião, o decreto do Governo de São Paulo para retomada das atividades permite o retorno, já que o município está na fase 2 (laranja) do planejamento estadual.


Novo normal não será tão diferente

Durante coletiva de imprensa online para jornalistas da América Latina, o empresário Eugene Kaspersky, dono da empresa global de segurança que leva seu sobrenome, afirmou que o novo normal pós-pandemia será bastante parecido com a realidade anterior à chegada do novo coronavírus. “O mundo voltará ao normal rapidamente e continuará a funcionar da mesma forma que era antes. Não haverá nenhuma grande mudança”, disse.

O discurso contraria o senso comum instaurado nos últimos meses sobre uma mudança abrupta em diversos aspectos da sociedade, dentre eles, a ideia de que as práticas de home office vieram para ficar. 

Neste sentido, a Apple também vai na contramão das gigantes de tecnologia ao solicitar o retorno de parte de seus funcionários aos escritórios, pedido feito na mesma semana em que Facebook, Google e Microsoft ampliaram os prazos de trabalho remoto. À parte as especificidades de cada modelo de negócio, é certo que não há unanimidade sobre a eficácia do home office nas big techs. 

O Google ainda não se manifestou sobre a retomada das atividades, pois o presidente Sundar Pichai afirmou estar cedo para definir como serão as dinâmicas de trabalho pós-covid19. Já o Facebook anunciou que até metade de sua força de trabalho pode vir a trabalhar permanentemente em home office, porém, a medida visa um tempo entre 5 e 10 anos para ser implementada. 

Mesmo em companhias que desejam aderir ao trabalho remoto como prática comum, para muitas das funções é indispensável a figura do escritório. O Facebook, por exemplo, planeja reabrir parte dos escritórios já a partir de julho.