Governo ouve setor imobiliário e adia decisão sobre FGTS

Preocupação de líderes do mercado com intenção da gestão Bolsonaro de liberar saque do FGTS foi antecipada pelo GRI Hub.

19 de julho de 2019Mercado Imobiliário

A argumentação do setor imobiliário junto ao governo federal quanto a consequências negativas da intenção de liberação de saques de contas ativas e inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) surtiu efeito no final da tarde desta quinta-feira (18 de julho). O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, anunciou o adiamento da decisão para a próxima semana e a expectativa é de que, até lá, representantes desse mercado sejam ouvidos pela equipe econômica. 

A preocupação dos líderes imobiliários com a proposta já havia sido antecipada pelo GRI Hub em junho, captada pela equipe de reportagem do GRI Club junto a participantes do GRI Residencial Brasil 2019.

O receio expresso por diversos players que participaram do evento é de que os saques possam comprometer a sustentabilidade do FGTS, numa conjuntura em que não se pode abrir mão desse funding por falta de alternativas substitutas de financiamento imobiliário, e de que os recursos acabem sendo empregados pela população em despesas correntes ou pagamento de dívidas, sem de fato estimular a atividade econômica.

A informação de que o governo estudava a liberação dos recursos do FGTS, assim como do PIS/Pasep, foi dada em junho pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. A estimativa do governo federal é de que tais medidas injetariam na economia cerca de R$ 30 bilhões, sem contar o saldo do PIS/Pasep (da ordem de R$ 21 bilhões). A gestão Temer já havia feito movimento semelhante, porém restrito a contas inativas do FGTS, o que resultou na liberação de R$ 44 bilhões. 

Para se ter uma ideia da relevância dos recursos do FGTS, em 2018, foram contratados mais de R$ 55 bilhões em operações de financiamento imobiliário para habitação popular com essa fonte, segundo dados da Caixa Econômica Federal divulgados pela Câmara Brasileira de Indústria da Construção (CBIC).

Contribuiu para o adiamento da decisão sobre o FGTS, ontem, também a necessidade da Caixa Econômica Federal de mais tempo para se preparar ao atendimento dos trabalhadores no caso de eventual autorização dos saques.


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