Em contexto desafiador, companhias surfam onda do e-commerce

É o caso da Loggi, startup que planeja uma grande expansão em 2019 e traz um novo modelo ao segmento logístico.

30 de maio de 2019Mercado Imobiliário

O mês de maio foi marcado por uma série de movimentações relevantes no mercado de varejo e mudanças relativas aos ambientes online e o offline. A venda da Netshoes, os anúncios de saída do universo virtual de grandes redes, como o Wallmart e o supermercado Dia, e a chegada de novos players ao comércio eletrônico, a exemplo da Sonae Sierra, que inaugurou seu marketplace, são apenas alguns dos casos observados do período.

Em meio a um cenário desafiador – na economia e no mercado varejista –, diversas empresas vêm conquistando espaço, buscando 'surfar a onda' dos novos hábitos e novas exigências do consumidor. Esse é o caso da startup de entregas Loggi, que trouxe um novo modelo de negócio ao segmento de industrial & logística e planeja um crescimento robusto até o fim de 2019.

"A expansão faz parte do plano de negócios deste ano. Vamos cobrir 100% dos estados de São Paulo e Minas Gerais, todos os CEPs. Já operamos nas principais capitais do Brasil e, agora, conseguiremos [a totalidade de] São Paulo e Minas. Em 2020, alcançaremos 98% da população", conta Francesco Losurdo, diretor de Crescimento para  e-commerce da Loggi. Ele conversou com a equipe do GRI Hub durante o GRI Industrial & Logística Brasil 2019, evento em que apresentou aos executivos do setor imobiliário presentes detalhes do case da companhia.


Estratégias da Loggi

Conhecida como o Uber das entregas e com um recente aporte do Softbank de R$ 400 milhões, a Loggi tem sido escolhida por reconhecidas companhias de diferentes ramos, como Microsoft, IFC Venture Capital Group e Qualcomm Ventures. Por meio de aplicativo próprio, a startup conecta fornecedores e clientes e realiza a logística de cada solicitação, incluindo serviços de escritório, delivery e outras compras.

Com locais próprios para armazenagem e pontos de coleta, a startup tem, entre suas estratégias, a opção por espaços pulverizados – incluindo cross dockings, mini-hubs e pontos de coleta localizados dentro das cidades e também nas zonas periféricas.


Centro de distribuição da Loggi, em São Paulo. | Crédito: Loggi / Divulgação

Sobre a possibilidade de aquisições de imóveis, Losurdo apenas antecipa que os planos da Loggi incluem centenas de novos espaços, e ressalta que a empresa ganhará muita vigor em suas diferentes frentes de atuação. "Estamos executando a ideia de fazer com que a logística expressa chegue a qualquer lugar do Brasil, não apenas nas fatias privilegiadas das capitais", diz ele.

Para players que elegem a startup, além da agilidade nos serviços, pesa a disponibilidade de tecnologia. "Quando se trabalha com um prazo de entrega menor, a integração e o aviso de entrega fazem sentido ao cliente final, que quer acompanhar o processo [em tempo real]", pontua Thibaud Lecuyer, CEO e fundador da Dafiti. A plataforma de produtos de moda e lifestyle ampliou no início do ano a parceria com a Loggi.


Desafios para o segmento

A preparação do setor logístico e de players que atuam na oferta de galpões e centros de distribuição para diferentes negócios foram tema do GRI Industrial & Logística Brasil 2019, que abordou – entre outros importantes e desafiadores aspectos – o avanço do e-commerce. De acordo com dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) divulgados em abril, esse mercado deve crescer 16% em 2019 no País, atingindo um volume de vendas de R$ 79,9 bilhões.

Para Thibaud Lecuyer, os desafios não estão apenas na first ou na last mile, mas em todo o ciclo. "A questão da mudança da cadeia logística impacta o transportador e também os varejistas, o e-commerce. Agora, temos que procurar nas cidades e, no interior [um local de armazenagem], trazer um hub transportador para, de lá, enviar ao consumidor final. A necessidade de grandes centros de distribuição vai ser cada vez menor no futuro. [Em contrapartida,] serão necessários cross dockings pequenos, focados no interior [das cidades]", analisa.

Sobre o potencial dos negócios em ambiente virtual e como manter uma companhia sadia em um contexto desafiador, Lecuyer enfatiza a importância de processos internos bem gerenciados e de parceria com todo o ecossistema envolvido. "O diferencial da Dafiti é a gestão. Não temos um padrão, ou seja, sempre podemos inovar e ver o que podemos fazer melhor", entende ele.

De acordo com o balanço financeiro divulgado pela companhia, a Dafiti reportou uma Receita de Venda de Mercadoria (NMV) de R$ 2 bilhões em 2018, um crescimento de 18,5% em relação a 2017.

 

GRI Shopping & Retail Brasil 2019



Os desafios do mercado imobiliário e os novos negócios voltados aos diferentes perfis de consumidores continuam em discussão no GRI Shopping & Retail Brasil 2019, evento que ocorre na próxima semana, no dia 6 de junho em São Paulo.

A economia colaborativa, a indústria 4.0 aplicada ao segmento e outros temas são algumas das pautas da conferência. Para ver a programação completa e participar dos debates, acesse o site.