Desempenho econômico preocupa donos de escritórios corporativos

Proprietários esperam aumentar a ocupação em 2022

21 de janeiro de 2022Mercado Imobiliário

Uma economia fraca ao longo do ano é a maior preocupação para desenvolvedores, proprietários e gestores de lajes corporativas, segundo pesquisa realizada pelo GRI Club Real Estate Brazil com líderes do setor entre os dias 14 e 19 de janeiro. 

Mais da metade (56%) dos executivos aponta que se o desempenho econômico do Brasil não for bom, pode haver uma redução na demanda pelos escritórios. Outro desafio bastante indicado (53%) são as incertezas no ambiente político, que também foram destaque na pesquisa junto a players do setor residencial.

Um alerta maior para o segmento corporativo é o surgimento de novas variantes do coronavírus, já que isso pode atrasar o retorno das empresas - grandes companhias adiaram a retomada das atividades presenciais em razão do alto nível de contágio da ômicron. Para 40%, este é um obstáculo dos mais importantes (era permitido escolher duas alternativas). 

A expectativa da maior parte dos respondentes é que haja uma redução da vacância ao longo do ano. Para 39%, ela ocorrerá junto com um menor volume de lançamentos no setor; já 21% esperam que haja uma quantidade maior de novos projetos em relação ao ano passado. Outros 14% creem que os níveis de lançamentos e vacância serão semelhantes a 2021. 

As projeções contrastam com a leitura sobre a economia: quase metade (46%) avalia que 2022 terá um desempenho inferior ao registrado nos 12 meses precedentes, ao passo que menos de 10% estão otimistas. 

Quando o recorte é apenas do mercado de escritórios corporativos, o pessimismo cai para 28% na mesma comparação periódica. A maioria (56%) acredita que os resultados do setor serão semelhantes aos obtidos em 2021. 

Menos captações em FIIs

Embora a subida dos juros não tenha um impacto direto tão significativo nas locações corporativas, a maior atratividade dos investimentos em renda fixa deve resultar em menor quantidade de emissões e follow-ons de fundos imobiliários do segmento, conforme indicam 72% dos entrevistados; apenas 2% acreditam no oposto. 

As lajes triple A são as preferidas para novos investimentos, e a cidade de São Paulo predomina nas escolhas das companhias (95%) - a segunda opção mais votada é o Rio de Janeiro, com 16% (também era possível indicar duas localidades). 

A tendência, para 63% dos executivos, é que o preço do metro quadrado negociado em novos contratos suba acompanhando a inflação do período; 21% acredita que não haverá qualquer variação.

Por Henrique Cisman