Cresce interesse por investimentos em laje corporativa em SP

Taxa de retorno do segmento na cidade ficou na faixa dos 6,6% em 2019, relata Giancarlo Nicastro, CEO da SiiLA Brasil.

30 de janeiro de 2020Mercado Imobiliário

Giancarlo Nicastro*

O desempenho do setor imobiliário está altamente conectado com o ritmo da economia no País. Durante o ano de 2019, tivemos bons sinais da retomada econômica. Após um PIB negativo em 2016, e em patamares próximos a 1% nos anos seguintes, a perspectiva do índice para 2020 é de crescimento entre 2% e 3%, indicam economistas. 

Ajustes fiscais e quedas nas taxas de juros brasileiras também impactam a economia e, consequentemente, o mercado imobiliário. Com a Selic em 4,5%, cresce o desejo pela  diversificação de investimento em busca de retornos mais altos – e o investimento imobiliário é um dos que mais chamam a atenção. 

A principal base para o estudo do retorno de um investimento imobiliário é a análise do cap rate, termo em inglês para 'taxa de capitalização'. O índice é calculado com base na receita líquida que a propriedade deve gerar, dividida pelo seu preço de mercado. É usado para estimar o retorno previsto para o investidor durante a compra de imóveis comerciais.

Em análise inédita da plataforma SiiLA Brasil, o cap rate para lajes corporativas – segmento de escritórios de alto padrão – nas principais regiões comerciais de São Paulo teve retorno médio do investimento previsto na faixa dos 6,6% no ano de 2019.
O índice, que vem apresentando queda nos últimos anos, se mantém atrativo na comparação com outros investimentos mais conhecidos pelos brasileiros – como CDI, CDB e Tesouro Direto – e as perspectivas para os próximos períodos são bem otimistas para os ativos imobiliários.

A taxa de ocupação dos escritórios A+ e A, nas regiões CBDs (Central Business Districts) está acima dos 85% – restando menos de 15% de área disponível para locação segundo os dados mais recentes da  SiiLA Brasil. O pouco estoque e economia em alta, o que acelera o surgimento e a expansão de empresas, levam, consequentemente, a uma maior busca por esse tipo de ativo. Além disso, com maior procura, os preços de aluguéis tendem a se manter em patamares mais elevados, atraindo ainda mais investidores.

Venda de lajes corporativas em São Paulo

Tower Brigde Corporate | Crédito: SiiLA Brasil Os preços da venda de escritórios corporativos em São Paulo também chamam a atenção. Ao longo do ano, a plataforma SiiLA Brasil monitorou oito transações de venda de imóveis de alto padrão (A+ e A) com valores de venda acima dos R$ 200 milhões. O ativo de maior valor total registrado foi a Tower Bridge (veja na imagem), com 48.836,19 m² de área, vendida para o banco Safra por R$ 21.602,83 o m² ou R$ 1.055.000.000 o total do empreendimento. O imóvel fechou o ano de 2019 com 95,58% de ocupação, e um valor pedido de locação de R$ 105/m². A análise da SiiLA Brasil indica um cap rate de 5,92% para essa transação.


*Giancarlo Nicastro é CEO da SiiLA Brasil

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