Coworking permite a investidor explorar localidade não óbvia

Isso cria oportunidade de desenvolvimento ou aquisição de escritório em áreas menos caras e possibilita melhor retorno.

23 de setembro de 2019Mercado Imobiliário

A emergência dos coworkings tem ganhado muita atenção por parte de investidores imobiliários do segmento de escritórios, a exemplo de fundos de investimento imobiliário (FIIs) e property companies. A preocupação reinante é de estarem preparados para enfrentar os desafios impostos pelas particularidades desse fenômeno e aproveitar de fato as oportunidades, como a de explorar localidades não óbvias e consagradas, e assim potencializar a rentabilidade. 

"O coworking traz uma lógica de localização diferente. Quem o adota pode trabalhar de qualquer lugar. Isso cria oportunidades de desenvolvimento ou aquisição em localizações ainda não tão caras e é possível um retorno melhor. Parte das nossas apostas passa por isso", analisa Leandro Bousquet Viana, sócio e líder de Real Estate da Vinci Partners

Ele participou de em painel do Fórum GRI de Fundos Imobiliários 2019 sobre Fiis corporativos, ao lado de Adriano Sartori, vice-presidente da CBRE, Carlos Martins, sócio executivo da Kinea Investimentos, Martín Jaco, CEO da BR Properties, e Regis Dall'agnese, managing partner e líder de ativos da RB Capital.


Nova lógica do mercado e melhora na absorção

Bousquet conta que, nos últimos três anos, em média, os coworkings foram responsáveis por quase 40% da absorção líquida de empreendimentos corporativos em São Paulo. Em 2019, por 19%. "A WeWork já é o terceiro maior inquilino de São Paulo e caminha a passos largos para ser o primeiro, abrindo uma distância grande [em relação aos demais]. A indústria tem de se preparar. A lógica do mercado muda", ressalta.

Jaco lembra que se transforma também a forma como os edifícios estão sendo vistos pelos ocupantes, por exemplo com maior valorização da infraestrutura e de serviços. "O preço cresceu com tudo isso. Aluga-se de 20% a 30% a mais de áreas porque são do interesse do inquilino", afirma. 

Ele reputa a esse novo tipo de player do mercado uma parte da melhora na absorção dos imóveis corporativos, notadamente em São Paulo. "Os inquilinos pequenos estavam espalhados em salinhas. Com Regus e WeWork, de uma hora para outra, essas empresas, nossas aliadas, passaram a trazer essa população para nossos edifícios. É um movimento muito importante para os prédios corporativos de maior porte e precisamos estar preparados", reforçou. 

Reportagem de Giovanna Carnio, editora-chefe do GRI Hub


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