Construção e obras - Como driblar o impacto negativo durante e pós pandemia?

16 de junho de 2020Mercado Imobiliário
Cash flow, mão de obra, paralisação, elevação dos custos… O que tira o sono neste momento? Quais os aprendizados deixamos pela pandemia do Covid-19 e como as empresas se organizaram para reduzir os impactos? Como manter a produtividade e prazos neste momento? Quais os riscos dos possíveis atrasos de obras e como lidar com eles? Podemos esperar alteração de custos de construção a curto e médio prazo? Quais os desafios para o segmento imobiliário no período pós pandemia?

Em mais um eMeeting promovido pelo GRI Club, executivos do mercado imobiliário brasileiro se reuniram para discutir as perspectivas e visões de futuro para construções e obras de diferentes segmentos imobiliários no país. 

Essas e diversas outras questões foram discutidas na manhã desta segunda-feira (15/06) com mais de 40 líderes do setor para compartilhar percepções e experiências. Confira abaixo os principais pontos discutidos:

Resumo

Passados alguns meses desde o início do Coronavírus no Brasil, boa parte do mercado imobiliário vem aprendendo bastante e se organizado melhor para combater os efeitos da pandemia no país. Num cenário atual desafiador, muitas construções e obras sofreram devido à incerteza futura, principalmente pela diferença de entendimento dos governos estaduais e municipais em relação à continuidade das obras de construção civil. 

No entanto, o impacto negativo que muitos esperavam, com paralisações e adiamento de obras por todo o país, não foi sentido na maior parte dos Estados e muitos projetos imobiliários continuam com novas operações adotadas pelas empresas do setor.  Mesmo com um começo complicado, boa parte dessas operações foram reformuladas ao longo dos últimos meses, tendo como premissa as orientações da OMS e a garantia dos cuidados de saúde dos colaboradores envolvidos nos canteiros de obras, além dos funcionários que podem se afastar do trabalho físico e permanecer em casa, fazendo com que os principais players do mercado estejam otimistas com a continuidade de seus projetos e a produtividade de seus funcionários. 

Ao longo dos últimos meses, para todos, foi fundamental manter a atividade em andamento, mesmo que ela tenha sido interrompida por uma semana ou duas para se ter clareza dos próximos passos, já que os impactos de uma parada total afetam a cadeia produtiva do setor no curto, médio e longo prazo, com reflexos em preços e prazos maiores de entrega.  

Excetuando-se os setores de hotelaria, shopping e varejo, mais afetados negativamente neste momento, nota-se que os projetos corporativos, industriais, logísticos e residenciais foram afetados de forma diferente.

Para o primeiro setor, tem-se um grande debate em relação ao futuro dos escritórios no mundo todo e como as empresas demandarão novos espaços, principalmente com a adoção de políticas de home office. Parte dos projetos que estavam em andamento já estão se adequando para a retomada e novos projetos do futuro levarão em consideração um novo layout que garanta um distanciamento social e maior segurança dos colaboradores. Para o segundo setor, aproveitou-se o crescimento do segmento de E-Commerce durante a pandemia, com perspectivas muito positivas para o segmento imobiliário industrial-logístico no futuro, principalmente com grandes projetos acelerados em andamento.  Por fim, para o último setor, mesmo que as obras tenham continuado em boa parte dos Estados, a incerteza maior está por conta do cliente final.  Boa parte das incorporadoras não sentiram impactos em março, início da pandemia, seguido por um mês de abril muito fraco, mas com o mês de maio mostrando uma certa recuperação e retomada de confiança por parte do consumidor final.

Ficou claro para todos que não estamos vendo um novo normal, mas o próximo normal, em que os produtos imobiliários estão mudando a partir de uma catalisação na forma que eles deveriam ser, algo que vem ocorrendo de forma mais acelerada nos últimos meses. Todo esse cenário trouxe à tona o inevitável, que são as novas tendências aceleradas. O grande desafio é conciliar novos projetos com estas tendências em andamento, ao mesmo tempo equilibrando a tomada de decisão da empresa em direção à diminuição dos riscos envolvidos ao negócio para os próximos meses.

A moderação do debate foi feita por Hailton Liberatore (Libercon Engenharia) e o debate contou com a participação de Cleber Saccoman (GLP Brasil), Hernani Varella Jr (Tallento Engenharia), Mariana Picolli (Brookfield Properties), Murilo Toporcov (IT's Informov), Ricardo Monteiro Ferreira (Setin Incorporadora), entre outros. 

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