Como será o novo modelo de shopping center pós pandemia?

15 de julho de 2020Mercado Imobiliário
Em mais um eMeeting promovido pelo GRI Club, executivos do mercado imobiliário brasileiro se reuniram para discutir as perspectivas e visões de como os mercados de shopping center e varejo estão enfrentando o momento atual e como será o novo modelo de shopping center pós-pandemia.

Abertura gradual dos shoppings -  Quais os desafios nesse novo cenário? E-commerce, drive-thru, delivery - Quais as estratégias para manter as vendas e o consumidor conectado ao shopping? Vendas ou lazer - Como trabalhar melhor as estratégias pós reabertura? Como os Shoppings e os lojistas estão se adaptando e se reinventando em meio a este cenário?

Essas e diversas outras questões foram discutidas em um e-meeting, na tarde desta quarta-feira (08/07), que reuniu mais de 50 nomes do setor para compartilhar percepções e experiências. Confira abaixo os principais pontos discutidos:

Resumo

Diferentemente de outros setores do mercado imobiliário, o prolongamento da quarentena e seus efeitos em uma possível reabertura dos Shopping Centers no Brasil acompanham os players do setor de shopping & varejo desde o início do cenário atual no país, gerando uma incerteza em relação aos próximos meses.

Muito difícil de se imaginar no início, a expectativa era de uma retomada mais rápida de reabertura dos empreendimentos em poucas semanas. No entanto, o desafio atual de operações desses empreendimentos é grande, já que muitos estão abrindo, outros abrindo mas voltando a fechar, e alguns ainda permanecem fechados devido à diferentes decisões tomadas pelo poder público nos municípios. Com a reabertura gradual dos centros comerciais em muitas cidades do Brasil, diversos administradores de shoppings no país têm se deparado com o desafio de criar estratégias para manter as vendas e ao mesmo tempo proporcionar segurança sanitária ao consumidor conforme orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Sem dúvidas, algumas cidades que estão com números menores de contaminados permitem que tal normalidade chegue mais rápido. Diante deste cenário, para os shoppings que estão reabrindo, a estratégia é manter um nível de comunicação alinhado com colaboradores, fornecedores e lojistas, além de maior controle e aumento no nível de exigência de protocolos de higiene, garantindo confiança e uma retomada segura. Nota-se que o público das classes B e C acabam tendo um impacto maior, tanto no fluxo semanal quanto no nível de vendas. Diante de comportamentos distintos, as classes A e B ainda não retornaram a frequentar estes espaços.

A abertura gradual e consequente crescimento de confiança da população brasileira serão fundamentais para a volta dos empreendimentos à normalidade. A grande dúvida que se gera neste momento é como manter um boa relação entre toda a cadeia do setor. Nos últimos meses, a comunicação parecia um pouco mais difícil, mas, pouco a pouco, flexibilidades estão sendo propostas, já que os administradores de shopping centers entenderam a diferença entre varejistas que estavam mais preparados para enfrentar o cenário atual e aqueles que precisam de maior ajuda nesta retomada. Fica o desafio para esses administradores de continuar estimulando e potencializando o varejo, aumentando ainda mais a experiência positiva dos consumidores que frequentam seus espaços. 

Do lado dos varejistas, o desafio é o mesmo, principalmente ao criar novas experiência aos clientes. Em algumas regiões, a retomada do fluxo de pessoas tem tido um bom impacto nas vendas. Para outros shoppings que estão abertos, mas com fluxo de pessoas e resultado de vendas menores se comparado aos período pré-pandemia, tem-se permitido o drive-thru ou take away, no entanto a demanda ficou aquém do esperado, sejam para empresas de bens de consumo ou do setor alimentício, que enfrentam um desafio ainda maior para garantir a segurança em seus restaurantes. 

Novos hábitos foram acelerados neste período, onde os shopping centers deixam de ser um mero centro de compras tradicional, para um novo centro com mix de serviços, focados em áreas de convívio, entretenimento, experiências, integração entre pessoas, lazer, etc. Enxerga-se que mudanças rápidas estão acontecendo e o desafio cada vez maior será atrair as pessoas aos empreendimentos, seja pelos impactos relacionados ao cenário atual ou por novas experiências digitais, aceleradas ainda mais com o impulsionamento recente do e-commerce das estratégias de omnichannel. Mesmo assim, os shoppings centers e lojistas possuem uma aderência cada vez maior e acelerada na disposição para inovar e atrair o consumidor. 

O debate contou com a moderação de Pedro Carraz (XP Asset Management) e participação de Claudio Dall'acqua Jr (Iguatemi), Iuri Miranda (Burger King), Ivandro Trevelim (Campos Mello Advogados), Mauro Junqueira (Aliansce Sonae), Thiago Lima (Saphyr), entre outros.