Co-working feminino é nova tendência no setor imobiliário

The Wing, escritório flexível voltado ao empoderamento das mulheres, é um deles e já tem mais de 3.000 associadas.

9 de abril de 2019Mercado Imobiliário

Conhecidos internacionalmente como female co-workings, os chamados escritórios compartilhados direcionados ao público feminino começaram a surgir em países como Estados Unidos e Reino Unido com o objetivo de integrar e promover oportunidades de negócios a empreendedoras em um ambiente voltado à troca de ideias, ao networking e a potenciais negócios. No mês de março, a tendência também aterrissou no Brasil, com a inauguração de um empreendimento Spaces, do grupo IWG, desenhado com essa característica.

Contemplado na programação da GRI New York Week 2019, The Wing é um exemplo desse tipo de espaço. Idealizado apenas por mulheres, o empreendimento não é somente um local de trabalho, mas um ambiente voltado ao empoderamento feminino. "A missão de The Wing é o avanço profissional, cívico, social e econômico das mulheres por meio da comunidade", descreve a companhia em seu site oficial.

A primeira unidade americana foi inaugurada em 2016, em Flatiron. Depois, vieram Soho, Brooklyn, Georgetown, São Francisco, Chicago, Hollywood e Boston. Para este ano, o grupo irá expandir para Londres, no Reino Unido; e, em 2020, para Toronto, no Canadá, e Seattle, nos EUA.

O projeto foi criado por Audrey Gelman e Lauren Kassan, que pensaram em oferecer um espaço para organizações com lideranças femininas, com foco na promoção de colaboração e socialização entre as participantes. O empreendimento tem mais de três mil associadas, com uma grande lista de espera, segundo contou a arquiteta Alda Ly, responsável pelos projetos do The Wing, aos participantes da semana de benchmarking do GRI, realizada em março deste ano.

Além do estímulo ao protagonismo feminino no universo profissional, o empreendimento traz ainda um conjunto de serviços pensado para tal público. "Foi interessante conhecer o projeto e seu conceito, e também ver o elevado número de pessoas que aguardam por um lugar. No local, há um espaço com produtos e serviços para as mulheres, por exemplo. Outro ponto de destaque é que há unidades com infraestrutura para crianças [Little Wing for Kids]. Na unidade visitada pelo GRI, no Brooklyn, vimos também uma mãe trabalhando tranquilamente com o seu bebê ao lado. A acústica do ambiente também é projetada para minimizar ruídos", comenta Fernanda Magnabosco, diretora sênior do GRI Club Real Estate no Brasil e responsável pela organização da GRI New York Week.

Na capital britânica, a Blooming Founders – uma plataforma comunitária criada por Lu Li em 2015 e que se dedica ao apoio a empreendedoras em estágio inicial, entre outras atividades voltadas ao papel social da mulher – já possui um co-working similar. Ao relembrar a história da companhia, no site da fundação, Lu Li fala sobre a falta de espaços dedicados a essa área, um dos motivadores para a criação do The Bloom Business Club.

Na mesma direção, em terra tupiniquim, o Spaces que segue esse conceito começou a funcionar em 28 de março. "Hoje, lançamos o primeiro espaço colaborativo de co-working e inovação voltado ao público feminino", contou Tiago Alves, COO da Regus para América Latina e CEO no Brasil, em suas redes sociais no dia do lançamento.

Localizado na região da Av. Engenheiro Luís Carlos Berrini, em São Paulo, o empreendimento conta com curadoria da jornalista Fabiana Scaranzi e terá, entre suas atividades, discussões sobre empoderamento e protagonismo feminino no Brasil.

Outro diferencial em relação a unidades já consolidadas do Spaces é que o local traz serviços exclusivos, como massagem, manicure e cabeleireiro. "Mas são [apenas] mimos, pois [as usuárias] contam com toda a curadoria e o suporte de um dos maiores nomes em protagonismo feminino. As empresas [ali presentes] serão transbordadas de conteúdos, treinamentos, discussões sobre como elevar a equidade de gênero", complementou o executivo, na mesma divulgação feita via redes sociais.

De acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em pesquisa divulgada em março, nos últimos dois anos, a proporção de mulheres empreendedoras e responsáveis pelo sustento da família passou de 38% para 45%. Em nota oficial, a instituição explicou que, com esse avanço, "a atividade empreendedora passou a conferir às donas de negócio a principal posição em casa, superando o percentual de mulheres na condição de cônjuge (situação verificada quando a principal renda familiar provém do marido)."

O estudo também constatou que "as representantes do sexo feminino empreendem movidas principalmente pela necessidade de ter uma outra fonte de renda ou para adquirir a independência financeira. Hoje, os 9,3 milhões de mulheres que estão à frente de um negócio representam 34% de todos os donos de negócios formais ou informais no Brasil."
 

Agenda do GRI Club Real Estate


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