Caixa prevê R$ 85 bi de crédito para habitação em 2019

Valor repete o disponibilizado em 2018, mas poderá ser ampliado, afirma vice-presidente, Paulo Antunes.

15 de outubro de 2018Mercado Imobiliário
Os R$ 85 bilhões disponibilizados pela Caixa Econômica Federal em 2018 devem se repetir em 2019. "Entretanto, durante o próximo ano, caso novos fatos aconteçam, podemos vir a aumentar o valor", diz Paulo Antunes, vice-presidente de Habitação do banco.

Logo após participar do GRI Loteamentos & Comunidades Planejadas 2018 em setembro, ele concedeu entrevista ao GRI Hub. Nela, fala também sobre outros temas fundamentais ao setor imobiliário, como os planos de relançar ainda neste segundo semestre o Produlote, linha de financiamento à produção de lotes anunciada em primeira mão ao GRI durante o GRI Residencial 2017. Acompanhe:


Como tem caminhado a demanda por crédito habitacional neste segundo semestre de 2018? O processo eleitoral de alguma maneira colocou as decisões em compasso de espera?
A demanda continua acelerada. Na verdade, agosto foi o mês em que mais liberamos recursos [em 2018]. Só em agosto, foram R$ 12,4 bilhões. 

A demanda por financiamento à produção imobiliária continua em alta, como destacou em entrevista recente ao GRI, logo antes de participar do GRI Residencial 2018?
Sim, se mantém até agosto, o último dado apurado. Essa é a principal linha de crédito. Registramos desempenho bem acima daquele do ano passado. 

O que esperar em termos de crédito habitacional disponibilizado pela Caixa em 2019? Os mesmos R$ 85 bilhões previstos para 2018?
Em média, sim. Entretanto, durante o próximo ano, caso novos fatos aconteçam, podemos vir a aumentar o valor.

Em sua participação como keynote speaker do GRI Loteamentos & Comunidades Planejadas 2018, você mencionou ver certa concorrência entre o programa Minha Casa Minha Vida e os loteamentos populares. Poderia falar sobre esse tema?
Quando não havia esses programas, uma forma de uma família de baixa renda conseguir sua casa era comprar o lote, pagar as prestações e construir aos poucos. Hoje, essa família tem condições de adquirir uma casa pronta e ainda ganhar um subsídio de R$ 15 mil, R$ 20 mil ou R$ 30 mil. Então, por que vai adquirir um lote para só depois construir?

Acredita na continuidade do Minha Casa Minha Vida, independentemente de mudanças políticas?
As premissas básicas do programa, de subsidiar famílias, têm dado certo não só no Brasil como em outros países. O Brasil precisa disso. Além de se promover uma política habitacional e social, os investimentos no mercado imobiliário retornam ao governo na forma de impostos e à população na forma de emprego e renda.

Na entrevista ao GRI pouco antes de participar do GRI Residencial 2018, você também falou sobre o Produlote e adiantou, em primeira mão, que seria relançado. Como tem caminhado essa revisão do produto? 
O principal detalhe é: vamos adequar a taxa de juros ao novo momento da economia. Devemos flexibilizar a questão da garantia, compor de forma diferente e em percentuais menores. O prazo de carência e o prazo total da operação permanecem. Essas são as novidades. 

Há alguma data estimada para a implementação das mudanças?
O mercado e suas associações estão nos ajudando a construir esse novo formato. Estamos ouvindo, recebendo sugestões e acreditamos que ainda neste ano aconteça o novo lançamento.  

Na referida entrevista, você anunciou que a Caixa estava estudando oferecer financiamento para o segmento residencial, considerando especificamente a nova realidade do compartilhamento. Essa intenção evoluiu? 
Esse é um dos produtos em que pensamos.

Pode-se esperar o lançamento de uma nova modalidade nesse sentido para quando?
Para 2019. Esse é um processo que não depende somente da Caixa. 

Você comentou no GRI Loteamentos 2018 sobre um projeto piloto da Caixa Imóveis para financiamento imobiliário com uso de um aplicativo. Qual a expectativa para essa iniciativa?
Iniciamos um piloto em setembro. A Caixa Imóveis vai testar uma plataforma nova, pela internet, pelo celular. Até o final do ano, queremos fazer o financiamento imobiliário pela internet, sem que seja preciso ir até a agência.  

Isso deve gerar redução de custos e taxas?
Diminuição de custo e melhoria no atendimento ao cliente.

Entrevista concedida à editora Giovanna Carnio




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Leia mais sobre o tema:
Link para cobertura do GRI Loteamentos 2018
Link para entrevista prévia com Paulo Antunes
Link para entrevista com Nelson de Souza, VP anterior da Caixa