Imagem de capaHilton Rejman, vice-presidente sênior da Brookfield Properties Brazil<br/ >Crédito: GRI Club/Flavio Guarnieri

Brookfield prioriza escritórios em SP, mas vê melhora no RJ

VP Hilton Rejman revela apetite por aquisições e, eventualmente, BTS; porém, rechaça desenvolvimento especulativo.

3 de fevereiro de 2020Mercado Imobiliário

O mercado imobiliário de escritórios em São Paulo já "virou a curva" e começa a ser favorável ao locador. No Rio de Janeiro, as visitas a prédios corporativos vêm aumentando e as oportunidades de upside tendem a ser maiores. A partir de análises como essas, a gigante Brookfield nutre forte apetite por investimentos nesse segmento no País. A estratégia para aportes de capital prioriza São Paulo como destino-chave e o formato brownfield em detrimento de novos desenvolvimentos – mas built-to suit pode, eventualmente, entrar nos planos.

Hilton Rejman, vice-presidente sênior da Brookfield Properties Brazil, conversou com a reportagem do GRI Hub durante o 
Brazil GRI 2019. Acompanhe os principais trechos da conversa: 

Que cenário enxerga para o segmento de escritórios em 2020?
Em São Paulo, o quadro já melhorou bastante. Há muita demanda, os valores de locação estão se recuperando e os prédios, sendo ocupados. São Paulo virou a curva. Antes, o momento era muito propício para o locatário; agora, começou a ser para o locador. No Rio de Janeiro, ainda não; porém, estou otimista. No terceiro e no quarto trimestres de 2019, passamos a observar bastante visita aos prédios, procura, interesse. No primeiro e no segundo trimestres, o telefone nem tocava. O mercado [carioca] está reagindo. Vejo um pouco do que aconteceu em São Paulo, onde se deu uma reação com valores baixos, mas os imóveis foram absorvidos. No Rio, vai ocorrer a mesma coisa. Quando as empresas começarem a perceber que a janela para alugar um imóvel a um valor baixo vai se fechar, haverá uma corrida para locação. Entendo que 2020 vai ser um ano muito bom. 

O que a Brookfield planeja para este ano para esse setor?
Ainda temos muito apetite para a parte de 
escritórios, e também para a de logística. Queremos aumentar nossa carteira. Contudo, não adianta comprar por comprar. Buscamos bons ativos, em boas localizações. 

O grupo tem interesse tanto por São Paulo quanto pelo Rio?
Estamos olhando principalmente para São Paulo. No Rio, há que se ser mais seletivo, mas é lá que se pode ter mais upside, comprar barato e, na hora em que o mercado melhorar, vender caro. Então, obviamente, vamos analisar também o Rio. Nosso apetite para investir no Brasil é muito grande. 

Vocês planejam exclusivamente aquisição ou também desenvolvimento?
Aquisição e, eventualmente, um BTS [built-to-suit]. Definitivamente, não faremos desenvolvimento especulativo. 

Acredita que veremos expansão de BTS de
escritórios no País?
Acho que sim. Já vemos algumas empresas querendo conversar sobre BTS. Vão acontecer alguns movimentos, basicamente em São Paulo.

Diante do contexto econômico e das reformas em andamento, vê melhora no ambiente para investimentos no País?
No início de 2019, o mercado imobiliário estava esperando pra ver o que ia acontecer no governo, logo após a posse do
presidente Bolsonaro. Notamos que nada aconteceu e, a partir do segundo e do terceiro trimestres, todos foram resolvendo 'tocar a vida'. Houve certo descolamento entre o mercado e a política. Se não ocorrer nenhuma bobagem ou loucura, o mercado vai avançar. 

Pudemos constatar esse movimento no
Termômetro do GRI...
O mercado vem demonstrando outro ânimo. Aconteceu alguma coisa concreta? Não, nada significativo. Vejo um sentimento de 'vamos deixar o governo de lado, a política de lado e trabalhar’. Ademais, existe muito dinheiro no mercado, uma taxa de juros bastante baixa e muita gente querendo comprar. Avalio que 2020 será um ano de muitos negócios na parte imobiliária e em private equity. Teremos um ano bem agitado.


Entrevista concedida à editora Giovanna Carnio
 

GRI Escritórios Brasil 2020

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