Blackstone detalha estratégia da companhia ao GRI Club

Líder de real estate para a América Latina da gigante de investimentos falou também sobre oportunidades imobiliárias na região.

6 de junho de 2018Mercado Imobiliário
O momento de forte turbulência política da América Latina tem sido acompanhado com desvelo pelos grandes investidores imobiliários. A volatilidade é um ponto de atenção e impõe cuidado redobrado, mas também pode abrir espaço para oportunidades diferenciadas. Esse foi um dos aspectos enfocados durante almoço oferecido pela Blackstone em sua sede em Nova York para um grupo de membros do GRI Club no dia 10 de abril, durante a GRI Real Estate Week New York.

"Muitas vezes, o melhor momento para investir é quando todos estão temerosos. Agora é uma hora mais favorável do que há três anos e estamos animados", comentou Nadeem Meghji, senior managing director da divisão Imobiliária da Blackstone e líder de Real Estate para as Américas. Além dele, participaram do encontro outros dois executivos da companhia, Marcelo Fedak e Eric Staley, cujas atuações estão concentradas na América Latina.

Filosofia de investimento

Apesar de a Blackstone se posicionar como um player de longo prazo para a América Latina, como o capital que vem sendo investido na região provém de um fundo oportunístico, o tempo de manutenção no portfólio de cada ativo comprado não é necessariamente extenso. Portanto, a presente volatilidade é, sim, um fator relevante. Para encará-la, a tática é focar nas classes de ativos e nos fundamentos considerados acertados pela companhia – dentro da filosofia de investimento adotada unissonamente em todo o globo –, além de manter a busca por distressed assets.

Na América Latina, a empresa tem analisado as mais variadas classes de ativos para aquisição – escritórios, industrial & logística, varejo e hospitalidade –, sempre com base na performance histórica de cada alvo. Até aqui, ficou de fora residencial multifamily, essencialmente por esse tipo de empreendimento ainda ser raridade na região; porém, o entendimento é de que o nicho deve vir a ganhar volume localmente e pode passar a fazer sentido na estratégia futuramente.

Uma das principais teses de investimento da Blackstone hoje – mundialmente, incluindo a América Latina –, está alicerçada no e-commerce e em seus efeitos (positivos) sobre o segmento de galpões e (negativos) sobre o varejo. Não é surpresa, portanto, que o ramo de imóveis industriais & logísticos esteja entre os mais visados e o de varejo & shopping, entre os tratados com mais cautela.

US$ 115 bilhões sob gestão

A Blackstone tem atualmente cerca de US$ 115 bilhões em ativos imobiliários sob gestão e é presidida desde fevereiro por Jon Gray, que fez carreira na área imobiliária da companhia e foi o keynote speaker do Brazil GRI 2015.

Na América Latina, a equipe está concentrada em São Paulo e, tradicionalmente, a operação envolve parcerias estratégicas com empresas locais, a exemplo de Patria Investimentos (Brasil), Ospinas (Colômbia) e Pegasus (Argentina).