As expectativas do mercado imobiliário brasileiro para o futuro

16 de abril de 2020Mercado Imobiliário
 Em mais um GRI Talks, catch up semanal promovido pelo GRI Club, os principais executivos do mercado imobiliário brasileiro se reuniram para discutir as expectativas em relação ao futuro do mercado.

Nesta terça-feira (14), tivemos um diálogo importante com mais de 120 executivos presentes. Ao completarmos quase um mês desde o início deste encontro semanal, realizamos algumas pesquisas, passando pelas expectativas em relação ao cenário futuro, quais os maiores riscos para o mercado imobiliário brasileiro neste momento, se os preços dos ativos sofrerão alguma mudança e quando veremos os primeiro sinais de retomada do mercado.

Veja abaixo como foram as pesquisas:

Pergunta: Em relação às suas expectativas no início da crise, a cerca de um mês, hoje você está:
Respostas:
Mais otimista - 7%
Cauteloso - 68%
Mais pessimista - 25%

*Pesquisa realizada com 69 executivos sênior do mercado imobiliário no dia 14/04/2020.

Em um cenário de incerteza, nota-se que a maior parte dos executivos ainda se mantém cauteloso no momento atual, com os mais pessimistas superando os otimistas. Os principais executivos têm diferentes preocupações para o mercado imobiliário brasileiro no futuro e tiveram a oportunidade de votar quais são elas para os próximos meses: 

Pergunta: Com os efeitos da pandemia do Covid-19, qual o maior risco do mercado imobiliário brasileiro? (Múltipla escolha)
Respostas:

- Renegociação de contratos de locação - 41%
- Inquilinos não possuírem cash flow para enfrentar a crise e reabrir depois de 3 ou 4 meses (especialmente Varejo/Shopping Centers) - 61%
- Crescimento da taxa de vacância - 20%
- Queda dos preços dos ativos imobiliários - 21%
- Nova onda de distratos de imóveis residenciais (especialmente no segmento econômico e médio padrão) - 33%
- Saída de grandes investidores internacionais do país - 13%
- Problemas estruturais de crédito imobiliário (impactos do saque emergencial de até R$ 1.045,00 no FGTS, pausa nos pagamentos dos contratos existentes, etc). - 7%
- Mudança na utilização de alguns ativos imobiliários (escritórios, por exemplo) - 16%
- Aumento do grau de endividamento das empresas - 42%
- Crise política, agravamento ainda mais da economia - 47%

*Pesquisa realizada com 95 executivos sênior do mercado imobiliário no dia 14/04/2020.

Dentre as principais preocupações relacionados ao mercado imobiliário, nota-se que a maior delas é em relação ao cash flow que as empresas terão para enfrentar a crise atual e como será a retomada do mercado após a reabertura dos empreendimentos, principalmente para os inquilinos de varejo e shopping centers. Mesmo com algumas regiões do país com uma expectativa positiva de abertura dos empreendimentos comerciais já para o próximo mês, há uma preocupação de que o isolamento social se estenda, fazendo com que algumas regiões permaneçam com esse cenário de fechamento nos próximos 3 ou 4 meses. Neste momento, "cash is king". 

A segunda maior preocupação do mercado foi em relação ao aumento do grau de endividamento das empresas, que devem se manter focadas em encontrar um equilíbrio de caixa neste momento. Logo em seguida, nota-se que a preocupação é em relação às renegociações de contratos de locação, que podem gerar deferimento no pagamento de aluguéis ou até mesmo inadimplência, afetando os principais proprietários.

Por fim, um dos pontos que chamou atenção na pesquisa, e que esteve entre as principais preocupações dos principais executivos do setor, foi a crise política que poderá se estender após este período e que pode ter impactos negativos à economia, agravando ainda mais a crise.

Outro ponto que foi discutido ao longo das últimas semanas foi a questão de preço dos ativos e se eles sofrerão alguma mudança nos próximos meses. Fizemos duas perguntas, trazendo a visão de compra e venda de imóveis e como os preços seriam impactados no cenário atual: 

Pergunta: Você compraria um imóvel pelo mesmo preço que estava sendo negociado no início de 2020?
Respostas:
  • Sim, dependendo da classe de ativo - 33%
  • Não, os valores dos imóveis devem ser repensados - 67%
*Pesquisa realizada com 93 executivos sênior do mercado imobiliário no dia 14/04/2020.

Pergunta: Você venderia um imóvel abaixo do preço que estava sendo negociado no início de 2020
Respostas:
  • Sim - 36%
  • Não - 64%
*Pesquisa realizada com 88 executivos sênior do mercado imobiliário no dia 14/04/2020.

Mesmo com diferentes visões em relação à compra e venda de ativos imobiliários, o movimento de oferta e demanda do mercado é que definirá os preços para os próximos meses. Numa visão de curto prazo, obviamente os preços serão mais afetados, mas para muitos executivos essa mudança neles não representa impactos maiores no médio e longo prazo. 

Ao final do debate, realizamos nossa tradicional pesquisa de termômetro semanal, com a perspectiva dos principais executivos do setor para os próximos meses. Acompanhe o resultado desta semana:

Pergunta: Quando devemos ver os primeiros sinais de retomada do mercado imobiliário no Brasil?
Respostas:

- Dentro de 1 mês - 1%
  • Até 2 meses - 11%
  • Até 3 meses - 27%
  • Até 5 meses - 32%
  • Apenas no final do ano. A crise será mais profunda - 29%
*Pesquisa realizada com 85 executivos sênior do mercado imobiliário no dia 14/04/2020.

Nota-se que a percepção da crise, para a grande maioria, irá continuar nos próximos meses e só veremos sinais de retomada do mercado imobiliário após 3 meses, podendo se estender até o final do ano com o aprofundamento da crise.

Entre os participantes presentes neste eMeeting estiveram: Daniel Cherman (Tishman Speyer), José Eduardo Ferreira (ITV Urbanismo), Leandro Bousquet (Vinci Partners), Moise Politi (REC Gestão), Pedro Carraz (XP Asset Management), Renato Rizzo (Ivo Rizzo Construtora e Incorporadora), Roberto Perroni (Brookfield), Robson Alves (Brazilian Business Park), Walter Cardoso (CBRE), entre muitos outros. 


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