Tendências para infraestrutura na América Latina em 2018

GRI entrevistou líderes de Citibanamex, HSBC México e Bancolombia.

25 de janeiro de 2018Infraestrutura

O GRI ouviu alguns dos mais importantes líderes de instituições financeiras na América Latina sobre o que esperam para o setor de infraestrutura ao longo deste novo ano. Acompanhe:

 

Aniceto Hertas, diretor de Riscos Fundamentais na Afore Citibanamex

"Vemos que, no México, há um alto número de transações no mercado que devem ser concluídas durante o primeiro semestre de 2018.

O segmento elétrico conta com novos projetos de geração, transmissão e distribuição. Por exemplo, o Prodesen [Programa de Desenvolvimento do Sistema Elétrico Nacional] estima investimentos de até US$ 110 bilhões nos próximos 15 anos.

Na área de transportes, vemos um alto grau de transações secundárias em projetos estabilizados, principalmente no setor viário. O Trem Interurbano México-Toluca e o NAICM [Novo Aeroporto Internacional da Cidade do México], dois dos projetos emblemáticos da atual administração [federal], mostram alto nível de avanço e esperamos a criação de oportunidades de investimentos para os fundos de pensão nos próximos anos.

A Citibanamex investe em uma porcentagem significativa dos projetos mais relevantes de infraestrutura e continuaremos trabalhando para desenvolver equipes e processos para participar das melhores oportunidades, de uma forma proativa e em conjunto com as melhores empresas e gestoras de fundos."

 

Noé Reza Gómez, diretor de Infraestrutura, Energia e Real Estate do HSBC México

"Cada vez que temos um ano eleitoral [como será o de 2018 no México], não há muitas atividades. Contudo, de acordo com o programa do atual governo [federal], devemos ter movimentações principalmente nos segmentos elétrico, de aeroportos e de construção tradicional, como estradas e hospitais, que serão executadas após as modificações da lei de APPs [lei de parcerias público-privadas, de 2012].

Em termos de investimentos, não será um período totalmente parado. Existem projetos há muito tempo no pipeline, já próximos das licitações. Quando forem anunciados, poderemos analisar cada um e determinar se estamos dispostos ou não a apoiá-los."

 

Jean Pierre Sarani Toro, CEO do Banco de Investimento Bancolombia

“2018 será um ano importante para a Colômbia. Por conta das eleições presidenciais, pode haver alguns atrasos nas aprovações e ajustes dos contratos de concessão. Contudo, esperamos que os projetos 4G [quarta geração de concessões viárias] continuem com seus fechamentos financeiros, pois as vigências futuras já foram determinadas.

Também acreditamos que já estejam em andamento as modificações nas leis que impactam a contratação pública, necessárias para dar maior estabilidade ao mercado frente a projetos como o da Ruta del Sol II.

Haverá investimentos em portos para ampliar a capacidade instalada. Nos aeroportos, existem processos de estruturação de iniciativas privadas para San Andrés, Providencia e Cartagena, e o governo está analisando diferentes opções para a ampliação de El Dorado. Teremos ainda o metrô de Bogotá, que deve contar com uma primeira linha de 24 quilômetros.

Para o Grupo Bancolombia, esperamos um ano positivo, considerando que teremos aprovada a modificação da lei de infraestrutura [lei 1682/2013] e o acordo de pagamento da liquidação da Ruta del Sol II. Também continuaremos participando nos diferentes fechamentos financeiros. Queremos estar presentes em mais projetos e continuar sendo um dos bancos líderes do programa 4G."