Reconhecimento facial ganha espaço em serviços de infra

Aplicação dessa tecnologia em segurança e mobilidade, entre outros serviços, já é realidade em países da América Latina.

1 de agosto de 2019Infraestrutura
Recentemente, o uso de aplicativos que realizam reconhecimento facial dominou o debate público em todo o mundo. O destaque se deu a partir da polêmica desencadeada pelo FaceApp, aplicativo que sobrepõe filtros em imagens para simular o envelhecimento de indivíduos e que teria automaticamente acesso a dados privados dos usuários, com especulações sobre seu uso para treinar algoritmos de identificação de rostos. 
 
Em que pesem as controvérsias, tecnologias que preveem biometria facial já são uma realidade na América Latina em diversos setores da economia, incluindo a esfera pública – especialmente os segmentos de segurança e mobilidade urbana.  Países como Brasil e Argentina têm entes públicos empregando o sistema, com o objetivo de melhorar a prestação de serviços e combater a criminalidade. 
 
Uma das iniciativas é encabeçada pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô SP), que lançou no dia 28 de junho um edital de licitação para implantação de um novo sistema de monitoração eletrônica por imagem. A ideia é atender três linhas desse modal – 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha. 
 
Segundo anúncio oficial, o novo sistema será totalmente digital e tem como objetivo a melhoria e a ampliação da segurança operacional do sistema com o aumento do parque de câmeras. A data de entrega das propostas está marcada para 20 de agosto. 

Iniciativas na Argentina e na Colômbia

Na capital argentina, Buenos Aires, uma aplicação similar foi apresentada pelo chefe de governo, Horacio Rodríguez Larreta, com foco em segurança pública. A tecnologia permite localizar e deter fugitivos mediante detecção de rostos. Foram instaladas 300 câmeras em ruas e estações do metrô, informa o governo local.  
 
Em julho, a Administração Federal de Ingressos Públicos (Afip), órgão de controle alfandegário desse país, anunciou ação semelhante. O sistema de biometria facial foi instalado no Aeroporto Internacional Ministro Pistarini, mais conhecido como Ezeiza.
 
Prestes a realizar eleições regionais, em 27 de outubro, a Colômbia também é cenário de discussões sobre o uso da mesma tecnologia. Historicamente uma das cidades mais violentas da nação, Cali pode ser beneficiada por câmeras com reconhecimento facial. Candidatos à prefeitura propõem a política pública para combater o crime e a insegurança. 

Case de sucesso na Bahia

Na Bahia, o sistema – que foi implementado na capital, Salvador, em dezembro passado, e seria expandido a todo o Estado ainda em 2019 – é considerado um sucesso. "O sistema de reconhecimento facial da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) alcançou, na noite de 25 de julho, a marca de 42 criminosos flagrados e presos por meio da ferramenta tecnológica", diz nota divulgada pelo órgão do governo. 
 
"Quanto maior o número de câmeras, maior a necessidade de atenção de quem analisa; por isso, investimos pesado em tecnologia. Agora, um computador vai fazer de forma muito mais ágil, através do processamento inteligente, a identificação de pessoas, veículos ou de situações que venham gerar riscos ao povo baiano e prestar esses dados de maneira rápida ao policial", explicou o governador Rui Costa">Rui Costa no lançamento do programa. 

Aplicação aos negócios

No caso da SSP-BA, o sistema adotado apontou semelhança de 98% – entre indivíduos buscados e identificados –, o que fez soar um alarme para as equipes mais próximas da localidade. Na sequência, guarnições da Polícia Militar efetuaram a captura. "É uma tecnologia que chegou para ficar e nos permite aumentar a produtividade, protegendo ainda mais a sociedade", destacou Maurício Teles Barbosa, secretário da Segurança Pública do Estado. 
 
O uso na segurança é apenas uma das diversas alternativas possíveis. Também áreas de negócios já utilizam a inovação para garantir um serviço mais rápido aos clientes, por exemplo. 
 
A FullFace, reconhecida no mercado por sua parceria com Gol Linhas Aéreas, é uma startup dedicada a esse segmento de mercado. Em um evento do GRI Club, a companhia detalhou como funciona seu dispositivo. Por meio da estrutura óssea, a tecnologia desenvolvida pela empresa permite a identificação pessoal, descartando qualquer ponto superficial da face, como acessórios ou alterações, o que garante acuracidade no processo. 
 

Infra Brazil GRI 2019

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