Próximos quatro anos serão de consolidação, diz Rosário

Ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) relata que intensificará trabalho para consolidar medidas anticorrupção.

21 de dezembro de 2018Infraestrutura

Único atual ministro a continuar na gestão do presidente eleito Jair Bolsonaro,  Wagner Rosário, titular do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), faz planos para consolidar o processo de integridade, prevenção e combate à corrupção, o que deve propiciar um maior desenvolvimento do setor de infraestrutura. 

Criada em 2003, a CGU tem status de ministério e atua em ações de controle interno do governo, prevenção à corrupção, incentivo à transparência e defesa do patrimônio público. De acordo com dados divulgados no último dia 12 de dezembro, a pasta conseguiu recuperar mais de R$ 7 bilhões para os cofres públicos entre janeiro e novembro deste ano. 

Auditor federal desde 2009, Rosário é o primeiro servidor de carreira a assumir o cargo de secretário-executivo e, posteriormente, de ministro da pasta. Ele, que foi nomeado ao posto em junho de 2017, comemora a permanência, reconhecimento que lhe dá a oportunidade de desenvolver um planejamento de longo prazo.

Nesta entrevista, concedida à equipe do GRI Hub durante o Infra Brazil GRI 2018, ele fala de seus planos e principais desafios, entre outros pontos. Confira:

Como o recebeu a notícia da sua permanência na nova administração federal?
Sempre trabalhamos esperando reconhecimento, mas sabemos que existem muitos bons profissionais que poderiam estar nessa posição. A opção pela minha continuidade foi uma vitória e uma satisfação pessoal muito grande.

A partir do próximo ano, como fica o trabalho da CGU?
Esta é uma oportunidade ímpar de montar um projeto de mais longo prazo. Iniciei na Secretaria Executiva e [depois] me tornei ministro em um período de um ano e oito meses. Agora, com uma perspectiva de quatro anos, é possível montar um plano mais específico. 

Quais os planos para o próximo período?
O Brasil viveu uma grave crise de corrupção nos últimos anos, escancarada para a população. Da forma como aconteceu, é evidente que precisamos ter mecanismos preventivos para que isso não ocorra novamente. O grande projeto que temos hoje é intensificar a implementação de programas de integridade com foco em prevenção e antecipação, a fim de evitar que estejamos sempre correndo atrás dos problemas.

Seria, então, a continuidade da agenda já em andamento?
Sim. Estamos no início desse trabalho e precisamos consolidá-lo. Na nossa cultura, qualquer mudança leva pelo menos quatro anos para se firmar. Então, teremos uma gestão de árduo esforço para mudar a realidade das relações entre o público e o privado. Do ponto de vista da União, o trabalho se dará por meio de nossas próprias ações. Junto à iniciativa privada, vamos fomentar ainda mais as parcerias. Será um período de consolidação do que já foi feito. 

Nesse processo, quais medidas merecem destaque?
Nos últimos dois anos, implementamos o plano de integridade [que contempla riscos, normas éticas e de conduta] em todos os órgãos [do governo federal] e, atualmente, estamos aprimorando a prática ética e introduzindo novos mecanismos de TI [Tecnologia da Informação] para a detecção de casos de corrupção de uma forma mais rápida. A partir disso, nosso foco será o aprofundamento nesses instrumentos, com uma melhor interlocução dos organismos de defesa do estado e junto à sociedade.

As perspectivas são de maior desenvolvimento do setor de infraestrutura?
Não há dúvidas. Se temos uma relação público-privada ética, não há perdas de eficiência e de recursos. Conseguiremos implementar os escassos recursos em áreas realmente importantes, com direcionamento ao que é de interesse público, o que faz com que o País supere essa crise de uma forma mais rápida.

Entrevista concedida a Estela Takada



GRI PPPs e Concessões Brasil 
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O combate à corrupção foi fortemente intensificado na esfera federal nos últimos anos. Um dos desafios, agora, é atuar com o mesmo rigor nos âmbitos municipal e estadual. 

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