Novo ministro da Infraestrutura é 'reconhecimento' ao PPI

Para secretário do programa, nomeação de Tarcísio de Freitas é mensagem importante de continuidade da agenda.

17 de dezembro de 2018Infraestrutura
As movimentações da equipe de transição da nova administração federal, de Jair Bolsonaro, e a nomeação de Tarcísio Gomes de Freitas, integrante do Programa de Parcerias de Investimentos, ao Ministério da Infraestrutura são sinais de valorização do PPI e prosseguimento da sua pauta, avalia Pedro Bruno Barros de Souza, secretário de Articulação de Políticas Públicas do organismo. 

"Estamos muito otimistas com essa transição. Não podia haver um reconhecimento melhor ao PPI do que a sinalização do mercado, que é nosso principal ativo. Para citar um exemplo concreto, ter um colega do PPI, que fica na sala ao lado, nomeado ministro da Infraestrutura é uma mensagem muito importante de continuidade da agenda", afirmou o secretário, em entrevista ao GRI Hub durante o Infra Brazil GRI 2018

Atual secretário de Coordenação de Projetos do programa, Tarcísio Gomes de Freitas foi anunciado no dia 27 de novembro como titular da nova pasta, que irá absorver o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. "É uma das pessoas mais brilhantes com as quais já trabalhei e, como brasileiro, sua indicação me deixa muito satisfeito", disse Souza. 

Expectativa para 2019

Com 105 leilões realizados ao longo dos 30 meses desde a sua criação, o PPI tem uma série de projetos para serem entregues no primeiro ano do próximo governo e há perspectivas de intensificação das atividades, como tem sinalizado o futuro titular do Ministério da Infraestrutura, que já ratificou a intenção de manter o programa e seu portfólio.

"Essa é uma agenda de Estado, de investimentos em infraestrutura, de destravar gargalos, e os sinais de continuidade administrativa são os melhores possíveis. Também temos uma carteira preliminar de ativos potenciais a serem qualificados, que já estão em discussão com a equipe de transição. A decisão será tomada pelo novo governo, mas são propostas que irão contribuir muito para avançar na agenda de infraestrutura", continuou Pedro Bruno de Souza. 

Nesse contexto, o secretário de Articulação destaca recentes projetos e modelagens crescentemente robustas. "Tivemos a publicação do emblemático edital da Ferrovia Norte-Sul, um segmento que precisa de novos investimentos; da quinta rodada dos aeroportos, em uma modelagem totalmente inovadora; e de quatro terminais portuários, uma área [da infraestrutura] que avançou muito em termos de concessões", exemplificou.

Souza também vê aproximação cada vez maior entre o PPI e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "O banco tem sido um grande parceiro e há muito espaço para trabalharmos de forma mais integrada. Não tenho dúvidas de que o BNDES é o principal instrumento para a estruturação de projetos no País."

No radar dos investidores

Segundo Pedro Bruno de Souza, outro motivador da continuidade do PPI é o fato de que há novos investidores olhando para o Brasil. "O investimento em infraestrutura é de longo prazo e ver a retomada do interesse mostra que já estamos no caminho certo, tanto com players que já estão aqui como com novos entrantes. A decisão de um novo investidor de entrar em um País é um indicador muito relevante", analisa.

"Dos leilões que realizamos, 42 tiveram como vencedores empresas estrangeiras, sozinhas ou em consórcios com companhias brasileiras, o que significa de forma muito clara que o País está voltando ao radar dos investidores internacionais", complementou.

Desafios a superar

Por outro lado, entre os percalços no caminho do desenvolvimento do setor de infraestrutura, há muito desafios importantes a superar a fim de destravar novos aportes. Nesse sentido, o secretário espera ver maiores progressos em termos de endereçamento de soluções ao licenciamento ambiental, financiabilidade e originação de projetos. 

"O licenciamento ambiental é um tema que precisa ser enfrentado. Já tivemos avanços, mas é inadmissível que um player participe de um leilão e demore anos para conseguir uma licença. Isso inviabiliza qualquer estudo de fluxo de caixa e viabilidade econômica. Outro desafio é a originação de projetos, pois tudo começa com um bom projeto, com instrumentos que permitam contratar bons estudos", afirmou.


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