Salim Mattar traça panorama e avanços em desinvestimentos

Por ora, o secretário descarta privatizar Petrobras, Banco do Brasil, Caixa e BNDES, além de outras companhias menores.

28 de junho de 2019Mercado Imobiliário
O secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do governo federal, José Salim Mattar Júnior, voltou a afirmar nesta quinta-feira (27 de junho) que há potencial para gerar R$ 1 trilhão a partir do programa de desinvestimentos, concessões e privatizações da gestão Bolsonaro. Com um portfólio de 133 estatais e 750 mil imóveis, ele confirmou que a maior parte desses ativos deve ser concedida à iniciativa privada, representando oportunidades de investimentos a players dos setores imobiliário e de infraestrutura. 

"O Estado que temos tem que ser modificado. Não queremos um Estado desse tamanho, não queremos pagar 42% de tudo o que se produz no Brasil para poder manter essa máquina. Nossa secretaria tem estatais, num total de 133, e imóveis, somando 750 mil. Nosso objetivo é vender estatais, subsidiárias, participações que temos [em companhias] e imóveis para reduzir a dívida [pública]. Temos um bom ativo, que pode gerar R$ 1 trilhão – em  estatais, empréstimos, concessões, [ativos] financeiros e imóveis, e podemos resgatar tudo isso", enfatizou.
 
De acordo com ele, devido a complexidade ou mesmo impossibilidade, Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não devem ser privatizados. 
 
Algumas companhias públicas, a exemplo de Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), também serão mantidas na carteira da gestão federal. "Mas temos R$ 147 bilhões em participações em empresas brasileiras, como Vale, Suzano e Klabin [...]", que podem ser negociadas, complementou. 
 
Salim Mattar fez as declarações ao participar do painel intitulado 'Privatização: onde estamos e para onde iremos?' no 21º Encontro Internacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais, realizado em São Paulo, ao qual o GRI Hub se fez presente. 

Meta para 2019

O secretário também explicou a atuação de sua pasta, que integra o Ministério da Economia e foi criada pela administração Jair Bolsonaro para acelerar o processo de concessões e privatizações.
 
"O ministro [da Economia Paulo] Guedes disse, em Davos, que temos a meta de chegar a R$ 20 bilhões em desestatizações. Já estamos com R$ 12,9 bilhões entregues e acreditamos que vamos superar os R$ 20 bilhões neste ano. Ou seja, em 2019, talvez possamos atingir R$ 100 bilhões em desestatizações", pontuou. 

Venda de imóveis da União

Antecipada a membros do GRI Club Real Estate em maio, em um club meeting com o secretário Fernando Anton Basus Bispo, titular da Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União do Ministério da Economia (SCGPU/ME), a venda de imóveis da União está avançando.
 
Nesta terça-feira (25 de julho), foram publicados no Diário Oficial da União dois editais relativos às vendas de ativos imobiliários no Estado de São Paulo. Avaliados em cerca de R$ 200 milhões, os bens estão localizados nas cidades de Campinas, Santos e Barueri, além de um ativo na capital paulista. O leilão será realizado em 12 de agosto. 
 
"O objetivo do balão de ensaio será realizar uma análise, imóvel a imóvel. [Portanto, os bens] serão distribuídos individualmente. Assim, podemos ver o comportamento dos investidores para cada um dos ativos, o que nos possibilitará preparar uma esteira" para outras ações, explicou Bispo ao comentar a iniciativa-piloto. 
 

Agenda do GRI Club 

O programa de desestatização do governo federal é um dos temas da agenda do GRI Club nos setores imobiliário e de infraestrutura no Brasil. Ao longo de todo o ano, ambos os clubes realizam reuniões em prol do diálogo entre órgãos públicos e o setor privado. Saiba detalhes da programação.